“Observamos os ataques com grande prazer e prevemos que o número de ataques irá aumentar, mas não temos qualquer ligação direta com eles”, disse o conselheiro da presidência ucraniana Mikhailo Podoliak, citado pela agência espanhola EFE.
A Rússia acusou a Ucrânia de ter lançado hoje um ataque com ‘drones’ contra Moscovo numa operação que classificou como “ação terrorista”, causando dois feridos ligeiros e pequenos danos em vários edifícios.
Durante uma transmissão em direto no canal YouTube do jornalista russo Alexander Plushev, Podoliak comentou, a brincar, que o ataque a Moscovo se insere no “domínio da inteligência artificial”.
“Possivelmente, nem todos os ‘drones’ estão prontos para atacar a Ucrânia e querem voltar aos seus criadores e perguntar-lhes porque é que os lançam contra as crianças da Ucrânia, contra Kiev”, disse.
Podoliak disse que o que se passa em Moscovo não tem qualquer importância para a Ucrânia, e que o que o preocupa são as dezenas de ‘drones’ e mísseis lançados contra Kiev apenas nos últimos dois dias.
“Ontem [segunda-feira], quando houve 11 ataques de mísseis balísticos Iskander em plena luz do dia, as nossas crianças correram a gritar para os abrigos. É isto que nos preocupa”, afirmou.
Podoliak disse que foram lançados quase 20 ataques contra Kiev em maio, apesar de não existirem instalações militares no centro da cidade, segundo afirmou.
“As pessoas acreditam que podem jogar um jogo unilateral, que podem destruir um Estado soberano com absoluta impunidade”, criticou, referindo-se à liderança russa.
“Após 15 meses [de guerra], ainda não compreenderam que não será assinado um acordo sobre as linhas de separação”, acrescentou.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.
Kiev exige a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo das regiões da Crimeia, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que Moscovo declarou como anexadas, como pré-condição para eventuais negociações de paz.
Na véspera dos ataques a Moscovo, o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, manifestou-se indignado por os moscovitas terem uma vida normal, enquanto os ucranianos sofrem constantemente com os bombardeamentos russos.
“Porquê?”, questionou Klitschko durante um programa noticioso, dirigindo-se ao comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaluzhny.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
A guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de mortos e feridos em 15 meses de combates, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será muito elevado.
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Lusa/Fim
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