"Eu já disse que o salário mínimo em Portugal é miserável", afirmou o dirigente sindical, no encerramento do Congresso Regional da UGT/Açores, realizado na Horta, acrescentando que a UGT vai propor, em sede de concertação social, que "o salário mínimo passe para os 615 euros no próximo ano".
Para Carlos Silva, "é preciso que o país" faça este "esforço" de dar mais a quem menos recebe, recordando que só no setor público existem cerca de 200 mil funcionários a auferir o salário mínimo nacional, sem contar com os que estão no setor privado a receber o mesmo salário "miserável".
"Basta olharmos para os salários dos restantes países europeus, para percebermos que o salário mínimo em Portugal é um dos mais miseráveis da Europa", insistiu o secretário-geral da UGT, advertindo o Governo da República para a necessidade de encetar negociações com vista a aumentar salários no próximo ano.
Carlos Silva lamentou, por outro lado, que o Governo e os sindicatos de professores não tenham chegado a acordo em relação à contagem do tempo de serviço, que considerou ser uma reivindicação "justa" da classe docente, ou de qualquer outra classe trabalhadora.
"Não podemos dizer a um trabalhador que o tempo que ele andou a trabalhar não conta como tempo de serviço! Não contem com isso!", disse o líder da UGT, lamentando que o próximo ano letivo arranque, não de forma "estável", mas já com "problemas".
Também Francisco Pimentel, coordenador da UGT/Açores, que foi reeleito no Congresso Regional para mais um mandato, insistiu na necessidade de serem aumentados os salários nos Açores em 2019, e em especial a remuneração complementar, destinada a suportar os encargos com a insularidade.
"Não é eticamente, nem moralmente aceitável, não haver aumentos em 2019", realçou o dirigente açoriano, apelando ao Governo Regional de Vasco Cordeiro e ao grupo parlamentar do PS na Assembleia Regional, que tem maioria absoluta, para que dê um sinal nesse sentido.
Para Francisco Pimentel é também fundamental "repor a carga fiscal" nos Açores, para os valores praticados antes da entrada da ‘troika’ em Portugal, sobretudo sem sede de IRS e de IVA.
"É da mais elementar justiça repor a carga fiscal, repor rendimentos, porque o custo de vida nos Açores penaliza os trabalhadores da região", em comparação com os do resto do país, justificou o dirigente sindical.
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