“Por ter consciência da gravidade da situação e assumindo as minhas responsabilidades, decidi remeter ainda hoje uma carta a sua excelência, o senhor primeiro-ministro e chefe do Governo, colocando o meu lugar a disposição", declarou Alberto Pereira, em comunicado de imprensa.
“Neste sentido, espero salvaguardar a minha imagem, a imagem do Governo e sobretudo a imagem do nosso país. Caberá a sua excelência o primeiro-ministro e chefe do Governo a decisão final”, acrescentou o chefe da diplomacia são-tomense.
Alberto Pereira considerou na terça-feira que países como Portugal e Angola não têm prestado ajuda suficiente ao ensino do português na Guiné Equatorial, país mais recente da comunidade lusófona, e, pelo contrário, "só criticam".
O ministro são-tomense dos Negócios Estrangeiros, falava na receção de cerca de 30 quadros da Guiné Equatorial que vão aprender português e realizar estágios em várias áreas em São Tomé e ajudar na organização da XIV cimeira dos chefes de Estado e dos Governo da Comunidade dos Estados de Língua Portuguesa, que se realizará na capital são-tomense, em 27 de agosto.
O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), líder da oposição são-tomense, pediu na quinta-feira a exoneração imediata do ministro dos Negócios Estrangeiros “pela forma tão vulgar e grosseira” como se referiu a Portugal e Angola.
Alberto Pereira, considerou que “houve aproveitamento da parte de conteúdos” das suas declarações, “havendo sido [re] produzidas de maneira descontextualizada aos seus propósitos”.
Em comunicado de imprensa, o chefe da diplomacia são-tomense “profundamente a tentativa de aproveitamento por parte de setores devidamente identificados” e refutou “os atos e práticas que em nada abonam a boa imagem de São Tomé e Príncipe e as boas relações bilaterais e multilaterais” com Angola e Portugal.
O ministro dos Negócios Estrangeiros demissionário, reconheceu “o grande apoio, contributo e a disponibilidade manifestada por todos os Estados membros da organização [CPLP], na concretização dos nobres objetivos da comunidade”, especificamente a Angola e Portugal, “em todo o processo organizativo e nos preparativos para a realização da XIV conferência dos chefes de Estado e de Governo da CPLP”.
Esta é a primeira demissão no Governo liderado pelo primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, em funções desde novembro do ano passado.
A demissão do chefe da diplomacia são-tomense acontece a um mês da realização da XIV cimeira dos Chefes de Estados e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Português (CPLP), quando São Tomé e Príncipe vai assumir a presidência da organização a 27 de agosto na capital são-tomense.
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