O veredicto desta sexta-feira surgiu um dia depois de o mesmo júri conceder a um casal, cujo filho foi morto no massacre, 4,1 milhões de dólares de indemnização pelos danos emocionais causados por Alex Jones, que espalhou mentiras ao longo de anos no seu programa de rádio e no site InfoWars.

Em 2012, depois de disparar contra a sua mãe, um jovem de 20 anos, Adam Lanza, mata 26 pessoas, incluindo 20 crianças de 6 e 7 anos, na Sandy Hook Elementary School, cometendo suicídio em seguida. O crime chocou os Estados Unidos e reavivou o debate sobre medidas para regulamentar o porte de armas de fogo.

Alex Jones, uma figura bem conhecida da extrema-direita e adepto de teorias da conspiração, afirmou sem provas no seu site que o massacre foi uma farsa organizada por ativistas contrários ao porte de armas de fogo.

Esta sexta-feira, Wesley Ball, advogado de Scarlett Lewis e Neil Heslin, pais do menino morto em Sandy Hook, instou o júri: "Vocês têm a capacidade de enviar uma mensagem para todo o país e até para o mundo e que é sobre parar Alex Jones. Parar a monetização da desinformação e das mentiras."

Ball pediu que o júri se certificasse "de que Jones não possa fazer isto de novo".

Estas são as primeiras sentenças de uma série de ações movidas por várias famílias de vítimas exigindo indemnizações.

Jones acabou por admitir publicamente que o massacre foi real, mas recusou-se a cooperar com os tribunais.

Os juízes do Texas e do Connecticut determinaram então que Jones teria de pagar uma indemnização ao queixosos, deixando ao juri a decisão do valor.

Outras sanções financeiras devem ocorrer em breve e podem privar Jones da sua plataforma.

Os tiroteios, recorrentes nos Estados Unidos, são regularmente alvo de teorias da conspiração que os questionam, e, às vezes, provocam assédio contra os parentes das vítimas, acusados de mentir.