António Costa quer entregar a lista de ministros para o próximo governo na noite de 23 de março. Entrega assim o elenco a Marcelo Rebelo de Sousa antes de rumar a Bruxelas para uma cimeira da NATO e um Conselho Europeu focados na situação na Ucrânia.

“Eu e o presidente da República temos ajustado já várias vezes o calendário em função daquilo que têm sido várias das vicissitudes. Portanto, aquilo que neste momento está previsto é que a conclusão do apuramento dos resultados ocorra na próxima quarta-feira, dia 23, e que, portanto, antes de partir para Bruxelas, eu possa entregar ao senhor presidente da República a lista dos ministros que integrarão o próximo Governo”, disse hoje, em Roma, o chefe do ainda governo cortado a meio pela queda do Orçamento do Estado para este ano.

“Terá de ser durante a noite de quarta-feira, porque temos que aguardar que estejam apurados os resultados, e, como sabe, foi marcada entretanto uma cimeira extraordinária da NATO para quinta-feira [25 de março] logo de manhã e, portanto, impede que o encontro que estava combinado para quinta-feira de manhã não possa ter lugar”, explicou.

“Mas isso está ajustado entre mim e o senhor presidente da República. Não haverá problemas de contacto entre nós. O que é desejável é que o apuramento de resultados decorra com total normalidade, que o sentido cívico dos nossos compatriotas, que votaram massivamente nesta repetição das eleições seja devidamente tido em conta e os seus votos sejam devidamente contados e transformados nos dois mandatos parlamentares que faltam preencher”, concluiu.

Se assim for, Marcelo estima que "a Assembleia da República será instalada no dia 29" e que "a posse será, desejavelmente de ministros e secretários de Estado, no dia 30 à tarde".

O chefe de Estado acrescentou que, se não for suscitada "nenhuma questão que o impeça", irá divulgar a composição do governo "à hora a que terminar a audiência com o senhor primeiro-ministro, um pouco depois, mais tempo, menos tempo depois".

Marcelo Rebelo de Sousa, que se escusou a "formular expectativas" sobre o novo elenco governativo, explicou que este calendário se baseia na suposição de que "23 é o dia em que se saberão os resultados" das eleições repetidas no círculo da Europa e que "não há impugnação".

Questionado se os resultados do círculo da Europa serão conhecidos logo em 23 de março, disse: "É a informação que me foi feita chegar. Agora, não sei se serão conhecidos logo no dia 23. Espero bem que sim. Se realmente houver os dados disponíveis, que seja possível divulgá-los ainda dia 23".

Interrogado se, de qualquer modo, a posse do governo se manterá a 30 de março, respondeu: "Para já, mantém-se dia 30. Eu sei que posso correr o risco de depois não ser 30, ser 31, mas espero que não passe para o mês de abril — porque se não aquilo que era para ser no dia 23 de fevereiro já fica um bocadinho adiado".