Em declarações à agência Lusa, Ana Patrícia Fonseca, do departamento de educação para o desenvolvimento e advocacia social da fundação, explicou que a campanha surgiu no âmbito do projeto "Pequenos passos: por um consumo consciente e sustentável no combate às alterações climáticas".
O projeto, que arrancou em setembro de 2022 e teve como parceiro o Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CEsA) do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, focou-se "na produção e consumo de vestuário".
Ao longo do projeto foram realizados três estudos, um sobre o algodão, "a fibra mais usada pela cadeia têxtil", outro sobre os hábitos de consumo de universitários, que envolveu 250 jovens, e ainda outro sobre as certificações das empresas e boas práticas para o setor.
Os resultados obtidos nos três estudos, como, por exemplo, o facto de apenas 12% dos jovens estarem preocupados com a sustentabilidade na moda e menos de um quarto dos universitários apostarem em lojas de segunda mão, impulsionou o lançamento da campanha.
Lançada a 22 de abril, em que se assinala o Dia Mundial da Terra, a campanha "Uma t-shirt não se esgota" pretende "alertar para o facto de que qualquer peça de roupa continua a ter vida mesmo depois de descartada", passando de geração em geração ou até sendo transformada noutros produtos.
"Aquilo que procuramos com esta campanha é alertar e consciencializar os cidadãos para o impacto que a roupa tem no ambiente e nas pessoas, sobretudo naquelas que trabalham diretamente na produção de vestuário", observou Ana Patrícia Fonseca.
A par de alertar para o impacto social e ambiental do setor da moda, a campanha dá também "dicas e alternativas" com vista a promover escolhas "mais sustentáveis e conscientes".
A esta campanha, que decorre nas redes sociais até ao final de agosto, juntar-se-á, em breve, um 'podcast' com cinco episódios, moderado pela radialista Filipa Galrão.
"São cinco conversas muito informais com cinco especialistas que procuram sobretudo apontar caminhos e soluções sustentáveis ao alcance do cidadão comum", adiantou.
O projeto "Pequenos passos: por um consumo consciente e sustentável no combate às alterações climáticas", que termina em agosto, visa "mobilizar a sociedade civil, as empresas e os decisores políticos para um maior compromisso em enfrentar a emergência climática até 2050".
Antes do fim do projeto, a fundação tenciona realizar uma instalação artística para "procurar inquietar os visitantes" com os dados recolhidos nos estudos.
"Ao mesmo tempo, queremos provocar uma mudança, que muitas vezes está ao alcance de cada um de nós, mas apenas não temos conhecimento de que soluções podemos adotar", acrescentou.
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