“Tivemos a oportunidade de falar sobre a Turquia, o que pode ser feito para relançar um diálogo que tem estado ausente das nossas discussões ao longo do último par de anos”, disse João Gomes Cravinho, em declarações aos jornalistas, enquanto ainda decorria o Conselho de Negócios Estrangeiros, em Bruxelas.
De acordo com o governante português, é consensual entre os 27 Estados-membros do bloco comunitário que “é fundamental ouvir a Turquia e perceber se há disponibilidade para avançar em algumas matérias essenciais”.
“Há possibilidades [de progredir no processo de adesão], mas depende muito da disponibilidade turca para encetar um novo capítulo na relação com a UE”, afirmou.
Antes do início da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que decorreu na semana passada na Lituânia, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan (reeleito recentemente), elevou a fasquia e chegou a condicionar a adesão da Suécia à Aliança Atlântica se a UE retomasse as negociações de adesão com a Turquia.
“Primeiro, abram o caminho para a adesão da Turquia à UE e, depois, abriremos o caminho para a Suécia [aderir à NATO], tal como abrimos para a Finlândia”, disse na altura o chefe de Estado turco.
Erdogan acabou por concordar em enviar o protocolo de adesão da Suécia à NATO para que seja ratificado pelo parlamento turco (ainda sem data prevista), mas o sinal político de Ancara foi dado.
Ancara é candidata à adesão à UE desde 2005, mas o processo está, praticamente, estagnado desde que vários indicadores apontaram para um retrocesso na qualidade democrática do país e no respeito pelos direitos humanos, nomeadamente a liberdade religiosa, identidade de género e orientação sexual.
Recep Tayyip Erdogan apresenta-se como o chefe de Estado que quer salvaguardar a herança muçulmana do país e incentivá-la.
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