A ministra do Ensino Superior, Sylvie Retailleau, tinha pedido aos reitores das universidades francesas que garantam a “manutenção da ordem pública”, recorrendo a “todos os poderes” à sua disposição, nomeadamente em termos de sanções disciplinares em caso de distúrbios ou de recurso às forças policiais.
Na sequência de um debate interno sobre o Médio Oriente, na quinta-feira de manhã, que qualificaram de “dececionante, mas não surpreendente”, os estudantes do comité palestiniano do Instituto de Estudos Políticos de Paris, conhecido como Sciences Po, anunciaram, hoje à tarde, o lançamento de uma “concentração pacífica” no átrio da escola e o início de uma greve de fome de seis estudantes “em solidariedade com as vítimas palestinianas”.
Hoje à noite uma centena de estudantes votou, em assembleia geral, a ocupação do campus, disse à AFP um membro do comité palestiniano, que não revelou o seu nome.
As greves de fome vão continuar até que “se realize uma votação oficial e não anónima no Conselho do Instituto para a Investigação de Parcerias com Universidades Israelitas”, disse Hicham, do Comité Palestino.
Após uma mobilização tensa no final da semana passada, o protesto foi suspenso depois de a direção ter concordado em organizar um debate interno.
“Foi um debate duro, com algumas posições bastante claras e muita emoção”, disse Jean Bassères, administrador provisório do Sciences Po, apelando à “calma” antes do início dos exames, na segunda-feira.
Jean Bassères afirmou ter “tomado posições bastante firmes sobre determinados assuntos”, recusando “muito claramente a criação de um grupo de trabalho proposto por alguns estudantes para investigar” as relações do Sciences Po com as universidades israelitas, e apelou “ao sentido de responsabilidade de todos”.
Não muito longe da Sciences Po, em frente à Universidade de Sorbonne, onde a polícia já tinha intervindo na segunda-feira para retirar os manifestantes, cerca de 300 estudantes de vários campos universitários reuniram-se hoje à tarde e montaram um acampamento com cerca de vinte tendas.
Os manifestantes gritaram “Somos todos filhos de Gaza” e “A Palestina viverá, a Palestina vencerá”, antes de serem retirados, uma hora mais tarde, por mais de uma centena de membros das forças de segurança, segundo um jornalista da AFP.
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