“Perante a gravidade do incidente, a administração do Grupo K deliberou já ontem (03 de novembro) rescindir por justa causa e com efeitos imediatos desde essa data o contrato que mantinha com a empresa PSG, uma vez que essa empresa deixou de reunir as necessárias condições de zelo, ética e responsabilidade que o Grupo K exige a todos as empresas e fornecedores com quem trabalha”, declarou o grupo empresarial em comunicado.
A decisão de cessar o contrato com a PSG foi divulgada pouco depois de a empresa de segurança ter feito saber que deixará de contar entre os seus clientes estabelecimentos de diversão noturna, que representam “cerca de 3% do volume de negócio da empresa”, para “se distanciar de situações semelhantes, já que, malogradamente, não conseguiu evitar as ocorridas [na madrugada de 01 de novembro]”.
O grupo proprietário da Urban Beach reiterou que “lamenta e condena veementemente qualquer ato de violência” como o ocorrido “nas imediações da discoteca”, repetindo ser a ele “completamente alheio, tendo-se o mesmo verificado em espaço público, após o término do período de funcionamento em causa”.
“Nos ambientes de diversão noturna verificam-se, por vezes, a transformação e alteração do comportamento cívico e social das pessoas, que, sem razão aparente, provocam conflitos”, mas o Grupo K “não defende nem apoia qualquer tipo de procedimentos agressivos por parte dos seus trabalhadores ou colaboradores”, lê-se no comunicado.
Em vez disso, “alerta e insiste para a necessidade de uma maior vigilância e segurança pública, nomeadamente nas imediações de espaços de diversão noturna e de outros serviços que se encontram próximos, nomeadamente parques de estacionamento e roulottes”.
O grupo proprietário de espaços de diversão noturna reafirmou igualmente a sua “total disponibilidade” para colaborar com as autoridades e “acautelar os direitos e os postos de trabalho dos cerca de 100 trabalhadores e das suas famílias da discoteca Urban Beach”.
Por último, indica que o conselho de administração se reunirá novamente, a 06 de novembro, com a comissão de trabalhadores “para proceder a uma nova avaliação da situação e estabelecer medidas de proteção dos direitos dos mais de 200 trabalhadores do Grupo K”.
No total, a PSP deteve três seguranças privados por suspeita de envolvimento nas agressões a três pessoas que se encontravam nas imediações da discoteca Urban Beach na madrugada de 01 de novembro, que foram registadas em vídeo e se tornaram públicas.
Hoje ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal, dois deles ficaram em prisão preventiva, indiciados de tentativa de homicídio, e o terceiro, acusado de crime de ofensa à integridade física, foi libertado, mas ficou sujeito a termo de identidade e residência e proibido de contactar as vítimas e os coarguidos, além de ficar impedido de exercer a atividade de segurança privada.
O Ministério da Administração Interna ordenou o encerramento do espaço na madrugada de 03 de novembro, alegando não só o episódio de 01 de novembro, mas também as 38 queixas sobre a Urban Beach apresentadas à PSP desde o início do ano por alegadas práticas violentas ou atos de natureza discriminatória ou racista".
A discoteca vai ficar fechada durante seis meses.
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