Atriz, apresentadora de televisão e também realizadora de documentários, Úrsula Corona começou a trabalhar aos oito anos de idade na Globo, onde interpretou papéis que se tornaram icónicos. Um deles, Floribela, deu-lhe um dos seus motes de vida: “Não tenho nada, mas tenho tudo...”. Também por isso, as causas sociais fizeram parte do seu percurso desde cedo. Além de embaixadora do programa de combate à fome das Nações Unidas, que venceu um Prémio Nobel da Paz em 2022, Úrsula Corona é também a fundadora do projeto Fome de Tudo: “No Brasil são 33 milhões de pessoas catalogadas com fome. A gente acha que são mais. No mundo, são 810 milhões de pessoas. Um terço da comida produzida no mundo é deitada fora, o que corresponde a biliões de dólares por ano. Só isso dava para alimentar todo o mundo e ainda sobrava comida”. E interroga-se: “Como é que as pessoas têm coragem para usar este tema para ganhar dinheiro?”.

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O Brasil tornou-se, na sua opinião, um lugar menos seguro para viver, por isso mudou-se de malas e bagagens para Lisboa. É com preocupação que encara as eleições presidenciais no seu país, tendo esperança numa reforma total. Avisa, contudo, que em Portugal existem “muitos foragidos da operação Lava Jacto”, e que é preciso perceber o que fazem aqui, o que compram, o que negoceiam e, principalmente, de onde vem o dinheiro. “Portugal não precisa disso”.

Nestes 50 minutos de conversa, aborda ainda outros temas do feminino, das dietas a não querer ser mãe, à menopausa e aos estereótipos sexuais e de idade que recaem sobre as atrizes.