O vencedor deverá cumprir o mandato para o período 2020-2025 e no boletim de votos estão o candidato da oposição e líder nas pesquisas de intenção de voto, Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional (PN, centro-direita), e o candidato do atual Governo, Daniel Martínez, da Frente Ampla (FA, esquerda).
A primeira volta das eleições gerais no Uruguai, com cerca de 3,3 milhões de habitantes, realizou-se a 27 de outubro e, agora, a segunda volta definirá o sucessor de Tabaré Vázquez (Frente Ampla) numa eleição que, no caso de se confirmarem as sondagens, poderão resultar no afastamento do Governo a esquerda, que está há vários anos no poder.
Além de representarem duas correntes ideológicas opostas, os dois candidatos têm perfis diferentes, uma vez que a vida de Lacalle Pou é marcada pela herança política familiar, enquanto a doe Martínez está ligada à vida sindical e trabalhista.
O candidato nacionalista Luis Lacalle Pou vem de uma família tradicional na política uruguaia e é filho do antigo Presidente Luis Alberto Lacalle Herrera, que governou entre 1990 e 1995.
O candidato da FA, Daniel Martínez, engenheiro e sindicalista, foi senador, ministro e autarca de Montevideu, e teve uma extensa e variada carreira que passou pelas esferas pública e privada.
Daniel Martínez anunciou como trunfo, durante a campanha da segunda volta, que o ex-Presidente José Mujica (2010-2015) seria integrado como ministro num eventual executivo da Frente Ampla.
José Mujica, ex-líder guerrilheiro de 84 anos, liderou a lista da FA que obteve o maior número de votos para o Senado nesta legislatura (2020-2025), teria de renunciar ao cargo se for eventualmente nomeado responsável para o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pescas.
Segundo as últimas sondagens de intenção de voto, o favorito para substituir o Presidente Vázquez é o candidato do PN.
O oposicionista tinha nas sondagens publicadas até terça-feira uma vantagem de cinco a oito pontos percentuais sobre o candidato oficial do FA.
Por outro lado, enquanto alguns países da América Latina, nomeadamente na América do Sul, estão a passar por uma grave crise política e social, como são os casos da Venezuela, do Chile, da Argentina e da Bolívia — que já contam com dezenas de mortos nos últimos meses — e por populismos, como no Brasil, o Uruguai tem mantido a estabilidade em todos os campos – social, político e económico.
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