O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) explicou à agência Lusa que o novo concurso público que vai ser lançado para a rede informática do Ministério vai integrar uma nova função que é a de disponibilizar nas televisões funcionalidades da área do Portal do Cidadão do SNS.
Servirá sobretudo para cidadãos que não têm ou não sabem usar computador, podendo aceder na televisão, usando de forma simples o controlo remoto, a serviços da área do cidadão que atualmente só estão disponíveis em computador.
O presidente dos SPMS, Henrique Martins, considera que há uma faixa de população que não sabe usar o computador mas tem televisão por cabo e pode com alguma facilidade aceder à área do cidadão do SNS pela televisão.
Serviços como marcar uma consulta ou ver uma informação na área do cidadão são alguns dos que estarão disponíveis.
Os SPMS estão ainda a preparar a produção de conteúdos multimédia de saúde para passar nas televisões disponíveis nas unidades do SNS ou nas televisões das casas dos utentes. Pretendem passar informações ligadas à literacia em saúde e também à literacia digital.
Ao mesmo tempo que é preparado o concurso para a rede informática própria do Ministério da Saúde, os SPMS continuam a instalar computadores novos nas unidades de saúde.
Foram instalados até agora mais de 3.100 computadores e até fim de junho estima-se que sejam preparados mais outros 1.142.
Contudo, ficam a faltar mais de oito mil novos computadores, que se encontram ainda parados por problemas jurídicos no procedimento de compra, questão que o presidente dos SPMS espera resolver ainda este mês.
Além de computadores antigos e obsoletos, Henrique Martins refere que um dos problemas dos cuidados de saúde primários está nas redes informáticas locais.
O Governo já autorizou o investimento de 8,7 milhões de euros nas regiões de saúde para a rede interna das unidades de saúde, um investimento que vai ocorrer sobretudo em 2018.
O objetivo é conseguir que os centros de saúde também tenham redes internas modernizadas.
“Não vale de nada termos uma autoestrada com oito faixas, que é a rede informática nacional, e depois desembocar num caminho de cabras. Temos de alargar a rede nacional, mas nos próprios edifícios [das unidades de saúde] ter redes melhoradas”, comparou Henrique Martins.
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