Em entrevista ao Polígrafo SIC, Graça Freitas referiu que "estamos numa fase de transição muito rápida" da pandemia que existia uma "situação confortável até estes últimos dias", o que mudou com a nova variante Ómicron, que causa "altíssima incerteza" devido à rapidez de transmissão.
"Mesmo que não se venha a revelar muito grave, muito virulenta, muito agressiva", esta nova variante pode vir a gerar "pressão no sistema nacional de saúde" devido ao aumento de novos casos.
Sobre as medidas necessárias para combater a pandemia, Graça Freitas lembrou que o Conselho de Ministros de amanhã serve para pensar no que se pode fazer. "Para uma situação de máxima incerteza, como esta, devemos ter a máxima precaução e adotar medidas cumulativas — uma medida só tem pouca eficácia — e precoces", apontou.
Embora as medidas em causa sejam "as que nós conhecemos", a diretora-geral da Saúde referiu que "a dose de reforço dá essa proteção" contra a covid-19.
"As medidas são mais ou menos consensuais entre os peritos: continuar a incentivar a vacinação, testes em diferentes situações, para não se transmitir uma eventual infeção a terceiros, [adotar medidas] para aglomerados de pessoas nos interiores", enumerou.
Graça Freitas admitiu também que a semana de contenção, de 2 a 9 de janeiro, pode não ser suficiente perante o panorama epidemiológico.
Sabendo que o Governo anunciará, esta terça-feira, novas medidas de combate à pandemia, a diretora-geral de saúde deixou aberta a possibilidade de a semana de contenção ser alargada. “Uma semana [de contenção] pode não ser suficiente”, afirmou.
Assim, sobre as medidas que a DGS poderá ter sugerido ao governo, Graça Freitas pouco adiantou, referindo apenas que "se pudesse escolher, de um modo geral, diria às pessoas no nosso país que moderassem muito os seus contactos”.
“Se fizermos múltiplas festas de natal com múltiplas pessoas convidadas, estamos a correr um risco semelhante” ao ano passado, sugeriu.
No que diz respeito ao reforço vacinal, a diretora-geral referiu ainda que “estas vacinas podem ser de facto efetivas para não se ter doença grave ou morte”, sublinhou a responsável da DGS.
Voltando a destacar a importância das medidas de prevenção não farmacológicas, a diretora-geral voltou a salientar a importância da “ventilação de espaços”, acrescentando que “está frio, sei que é difícil”, mas que “é preciso”, principalmente, “em locais com muitas pessoas”.
O Governo convocou para terça-feira um Conselho de Ministros extraordinário para a adoção de medidas de combate e prevenção da pandemia da covid-19.
A reunião do Conselho de Ministros, a última antes do Natal, estava prevista para se realizar na próxima quinta-feira, como é habitual, mas o líder do executivo decidiu antecipá-la já para terça-feira.
“Esta antecipação resulta do facto de propostas recebidas pelo grupo de epidemiologista que têm apoiado o executivo. Como são medidas com impacto na vida das pessoas, convém que sejam tomadas com antecedência, tendo em vista tornar possível uma melhor preparação e adaptação”, declarou a mesma fonte do executivo.
As novas medidas serão apresentadas pelo primeiro-ministro.
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