“Desde que Portugal tornou fácil o acesso à entrada, muitos profissionais de saúde têm saído, então alguns serviços começaram a estar em causa, deixaram de ter o mínimo que é necessário para trabalhar e garantir qualidade de serviço”, disse à Lusa Celsio Junqueira.
Face à “vaga de emigração”, o ministro da Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais foi autorizado pelo Governo a proceder à contratação de profissionais reformados para compensar a saída de quadros.
“Para já, a curto prazo vai resolver, mas se continuar esta saída, a médio e longo prazo temos que ter outra estratégia de atração de quadros profissionais da saúde para o nosso sistema nacional de saúde. Teremos mesmo que atrair novos quadros ou mesmo arranjar um maior incentivo para maior fixação dos profissionais da saúde, sobretudo para a Região Autónoma do Príncipe”, disse Celsio Junqueira.
Segundo o ministro da Saúde, regista-se maior carência de profissionais nos serviços de banco de urgência do Hospital Central Doutor Ayres de Menezes, na capital são-tomense, e nas urgências das áreas de saúde distritais.
“Começamos a ter carências devido à facilidade de visto para Portugal”, reforçou.
Celsio Junqueira referiu que há “postos de saúde fechados” que só abrem quando há partilha de profissionais que saem de um posto para outro.
“Em alguns serviços há sobrecarga, daí termos como solução a curto prazo e imediata a contratação dos profissionais reformados [… ], mas é preciso pensar a médio e longo prazo e teremos que fazer uma reforma profunda e analisar para garantir pelo menos serviços minimamente operacionais e com qualidade”, defendeu Celsio Junqueira.
Além disso, o Ministério da Saúde está a avaliar os pedidos profissionais que estão em férias sem vencimentos e as saídas de muitos profissionais por junta médica.
Por outro lado, o governante disse à Lusa que o Governo está “a acompanhar a taxa de propagação da covid-19”, que tem aumentado nas últimas semanas, tendo registo 50 casos durante a última semana.
Segundo Celsio Junqueira, a equipa de epidemiologia do Ministério da Saúde tem acompanhado a situação com “preocupação e atenção”, mas a situação está sob controlo, sobretudo por não haver muitos casos graves e internamentos.
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