O documento alerta, por outro lado, para a alta possibilidade de reinfeção de pessoas que já tiveram o vírus SARS-CoV-2 com esta variante.
Segundo a OMS, os 212 casos de Ómicron identificados na União Europeia, em 18 países, foram em pessoas que tiveram sintomas ligeiros da doença ou que eram mesmo assintomáticas.
Mas segundo a OMS, apesar desta variante nova provocar menos casos graves de covid-19 do que a variante Delta (que é atualmente predominante), pode fazer aumentar o número de internamentos e mortes se, como temem as autoridades, for mais contagiosa, causando, por isso, mais infeções.
Nos últimos 60 dias, dos 900 mil casos analisados pela rede global de laboratórios GISAID (umas das redes de análise do vírus da covid-19 com que trabalha a OMS), mais de 99% continuam a ser causados pela variante Delta e apenas 713 (0,1%) são Ómicron.
No entanto, numa semana, os casos de Ómicron detetados pela rede GISAID passaram de 14 para os atuais 713, segundo os dados da OMS, que publica semanalmente um relatório com o ponto da situação da pandemia da covid-19 no mundo.
A Ómicron, por outro lado, já supera os casos de outras variantes detetadas anteriormente, como a Alfa ou a Gama.
No relatório de hoje, a OMS cita as previsões do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças segundo as quais a Ómicron deverá passar a ser a variante dominante na União Europeia entre janeiro e março de 2022, dependendo do nível de transmissibilidade que acabar por ter.
A OMS destaca o aumento de casos em países do sul de África, a região onde a Ómicron foi identificada pela primeira vez.
Este aumento regista-se não apenas na África do Sul, onde os casos desta variante mais do que duplicaram numa semana (mais 111%), mas também no Essuatíni (antiga Suazilândia, onde o aumento foi de 1.990%), no Zimbabué (mais 1.361%), Moçambique (1.207%), Namíbia (mais 681%) e Lesoto (mais 219%).
São aumentos que podem estar relacionados com o maior número de testes de diagnóstico da covid-19 que se estão a fazer nestes países por causa do alarme gerado pela variante Ómicron, realça a OMS.
Outra das preocupações manifestada pela OMS no relatório de hoje é a aparente alta taxa de reinfeção com esta variante de pessoas que já tinham tido covid-19 e que, por isso, tinham criado anticorpos naturais.
A Ómicron “parece espalhar-se rapidamente numa população altamente imunizada como era a da África do Sul”, lê-se no relatório.
Apesar de a África do Sul ter uma taxa de vacinação contra a covid-19 baixa (cerca de 35% da população), a OMS diz que a imunização dos adultos deve estar entre os 60 e os 80 por cento, por causa do número de pessoas que os estudos estimam ter tido covid-19.
O relatório de hoje da OMS não se refere à eficácia das vacinas da covid-19 atuais em relação à Ómicron, mas afirma que os tratamentos que estão a ser usados em casos graves parecem funcionar de igual forma em relação a esta variante.
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