Este imposto a pagar ‘online’ abrangerá apenas um máximo de 30 dias em que o número de turistas é tradicionalmente superior, nomeadamente fins de semana com pontes na primavera e no verão.
O calendário dos dias em causa será publicado posteriormente, sendo que menores de 14 anos e turistas que passarem pelo menos uma noite no local estarão isentos deste imposto.
“É um primeiro passo (…) Estamos a fazer uma experiência”, realçou o presidente da câmara, Luigi Brugnaro, garantindo que o “sistema será fácil de usar”.
A ‘luz verde’ para esta medida surge num momento em que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) recomendou, no final de julho, colocar a ‘Cidade dos Canais’ na lista do património mundial em perigo, considerando que a Itália tomou até agora medidas “insuficientes” para combater a deterioração do local.
A subida do nível do mar e outros “fenómenos climáticos extremos” ligados ao aquecimento global “ameaçam a integridade” do local, alertou a Unesco.
O momento da votação deste imposto não poderia ser mais oportuno para Veneza, que há anos adia a tomada de medidas drásticas, nomeadamente a implementação de reservas obrigatórias e um limite no número de entradas na cidade, que recebe milhões de turistas no saturado centro histórico.
A oposição autárquica não deixou de realçar a repentina pressa em torno desta medida, para “mostrar à Unesco” que está a ser feita qualquer coisa.
A Unesco também apontou “a ausência de uma visão estratégica comum global” e a “baixa eficiência e coordenação” das autoridades locais e nacionais italianas.
Veneza, uma cidade insular fundada no século V, que se tornou uma grande potência marítima no século X, estende-se por 118 ilhotas, segundo a Unesco, tendo-se tornado Património da Humanidade em 1987.
‘La Serenissima’ é uma das cidades mais visitadas do mundo, com 100.000 turistas a pernoitarem em Veneza no pico do turismo, além de dezenas de milhares de visitantes diários.
Além do turismo de massa, Veneza e a sua lagoa sofrem com as marés altas que inundam regularmente a Praça de São Marcos e enfraquecem as fundações dos seus edifícios.
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