“Os três eleitos do PSD abandonaram a sala, mas a reunião continuou porque tinha quórum, com os quatro eleitos do PS. Foram tomadas todas as decisões com transparência e legitimidade democrática”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo (PS).
Em declarações à agência Lusa, José Francisco Rolo explicou que os eleitos do PSD decidiram retirar-se da reunião, “ao ser resposta a ordem”, depois de “tentaram reescrever, de forma habilidosa, o que são os factos”.
“No tempo de Governo do PSD houve a extinção de um conjunto de agrupamentos e criado um mega agrupamento em Oliveira do Hospital, com três mil alunos. Os eleitos do PSD não querem reconhecer estes factos e evidências, mas a responsabilidade de criação do mega agrupamento é do Governo do PSD de então, liderado por Passos Coelho”, referiu.
O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital frisou que não vai permitir que se desrespeitem as regras democráticas de funcionamento da autarquia e prometeu fazer cumprir o regimento.
“Os assuntos devem ser discutidos com clareza, transparência e posições claras e não com a estratégia da oposição, que é de gerar a confusão no debate, com interrupções sucessivas. Vou continuar a conduzir os trabalhos com serenidade, com cada um a usar a palavra na sua vez, cumprindo o regimento e evitando que haja atropelos nas posições, para que os cidadãos tenham da política uma imagem positiva”, sustentou.
À Lusa, o vereador do PSD Rui Fernandes disse que o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital tem por hábito "fazer sempre um último comentário e encerrar o ponto em discussão".
“Apesar de terem tecido considerações ao que eu disse, já não me permitiam falar, o que não é correto, nem democrático. Se não me deixam falar, não estou a fazer nada na reunião e acabei por me ausentar”, evidenciou.
De acordo com Rui Fernandes, o regimento indica que ao ser interpelado por algo que disse, tem direito a responder e ao contraditório.
“Se não me deixa falar, está-me a retirar os direitos que tenho e a conduzir mal a reunião. Abandonei a reunião e os meus dois colegas foram solidários e abandonaram também”, acrescentou.
Também durante a tarde de hoje a Comissão Política Concelhia do PS de Oliveira do Hospital repudiou, em comunicado enviado à agência Lusa, o “comportamento antidemocrático e de abandono dos oliveirenses pela oposição do PSD na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital”.
Na nota, a estrutura concelhia do PS solidarizou-se com o presidente da Câmara Municipal e com o seu executivo, desafiando o PSD a pedir desculpa aos oliveirenses.
Por sua vez, a Comissão Política Concelhia do PSD de Oliveira do Hospital veio esclarecer, também em comunicado, divulgado ao final da tarde de hoje, que “a iniciativa de abandonar a reunião pública do órgão executivo municipal assumiu-se como um ato de protesto pela forma antidemocrática e pela total incompetência revelada pelo presidente da Câmara Municipal na condução dos trabalhos das reuniões”.
“Em abono da verdade, também afirmamos que o ato de abandonar a reunião de hoje não foi uma reação isolada e circunscrita aos assuntos em debate no dia de hoje (ainda nos encontrávamos no período de antes da ordem do dia), mas a consequência de uma atitude reiterada de obstrução ao trabalho dos elementos eleitos pela Coligação “Unidos para Construir o Futuro”, aliás repetida também nas sessões da Assembleia Municipal e a que não podemos continuar a ficar indiferentes”, frisou.
No comunicado, a Comissão Política Concelhia do PSD de Oliveira do Hospital incitou o PS local a dar “atenção ao que realmente interessa ao concelho”.
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