João Vasconcelos, assim como os secretários de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, e dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, anunciou no domingo que pediu a sua exoneração de funções ao primeiro-ministro e solicitou ao Ministério Público a sua constituição como arguido no inquérito relativo à deslocação para assistir aos jogos de Portugal no Euro2016 a convite de Galp, empresa que tinha litígios com as Finanças.
Para o Governo, o caso ficou encerrado com o reembolso das despesas efetuadas pela Galp e com a aprovação de um Código de Conduta, que impõe um limite de 150 euros para o valor das ofertas que os seus membros podem receber, mas a Procuradoria-Geral da República realizou uma investigação às deslocações.
António Costa aceitou os pedidos, "apesar de não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação", justificando a sua decisão ao dizer que “não podia negar” o “direito” aos três secretários de Estado de pedirem a exoneração dos seus cargos, numa declaração ao jornal Público.
O secretário de Estado da Indústria está associado à realização da primeira edição da Web Summit em Portugal, em novembro de 2016, evento que regressa novamente a Lisboa este ano, dentro de quatro meses. A conferência global de tecnologia deverá receber este ano mais de 60 mil participantes de 170 países, incluindo mais de 20 mil empresas, sete mil presidentes executivos e dois mil jornalistas.
Na semana passada, João Vasconcelos realçava a importância que a Web Summit tem para o desenvolvimento da Economia portuguesa, ajudando a atrair cada vez mais empreendedores e empresas de todo o mundo.
"A Web Summit é uma montra para o país", afirmou o governante, na altura, durante uma conferência de imprensa no Ministério da Economia.
Na aposta do desenvolvimento de novas empresas tecnológicas inovadoras, o governante anunciou em junho que ‘startups’ (empresas com elevado potencial de crescimento) de Macau deverão instalar-se este ano em Lisboa, ao mesmo tempo que estava em análise a localização na região chinesa de empresas portuguesas.
Na altura, realçava que Portugal seria o primeiro país da Europa com uma parceria daquele cariz com a China.
João Vasconcelos deu também a cara pelo programa Indústria 4.0 - Economia Digital", um conjunto de 60 medidas, envolvendo 50 mil empresas e que prevê mais de 2.000 milhões de euros de investimento nos próximos anos.
João Vasconcelos, natural de Leiria, foi diretor executivo da Startup Lisboa, Associação para a Inovação e Empreendedorismo de Lisboa, entre 2011 e 2015, e adjunto e assessor do gabinete do primeiro-ministro, com responsabilidade na área dos assuntos regionais e economia, entre 2005 até 2011, no governo de José Sócrates.
Administrou várias empresas familiares no setor do Turismo e foi mentor de programas de aceleração empresarial, nomeadamente o Startup Pirates, Founder Institute, Lisbon Challenge e Seedcamp.
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