Em declarações à agência Lusa, Aline Hall de Beuvink detalhou que o 26.º Congresso do PPM decorreu durante a tarde de domingo, entre as 14:00 e as 19:00, no Corvo, Açores, e contou com a participação de 33 pessoas, apenas três vindas do continente.
“O que eu pretendo fazer é impugnar o congresso porque foi feito de forma ilegal em vários pontos. Irei tratar em sede própria, que é com a Comissão Jurídica do partido, e se por acaso a resposta for negativa eu vou recorrer ao Tribunal Constitucional”, revelou.
Aline Hall de Beuvink era vice-presidente desde 2014, tendo em 2019 passado a ser primeira vice-presidente, lugar que abandona agora com esta reunião magna.
Segundo a também deputada municipal do partido em Lisboa, houve uma “quantidade de irregularidades” que não cumprem os estatutos, dando como exemplo a forma como o congresso foi anunciado já que “nem toda a gente conseguiu saber” da sua existência uma vez que “não houve comunicação aos militantes”.
“E este género de trabalho ‘quero, posso e mando’, de forma a meu ver ditatorial e antidemocrática, não permitem o contraditório”, criticou.
Entre estas irregularidades está ainda o facto de não haver uma lista de militantes à entrada do congresso.
“Punham o nome manuscrito num papel A4 e pediam que se mostrasse se havia quotas pagas e entravam. Isto não é funcionamento de um partido”, criticou.
Outro dos aspetos foi o facto de o regulamento prever que “os novos estatutos iam ficar disponíveis a partir das 23:00 do dia anterior” e não terem ficado, acrescentou ainda a vice-presidente demissionária.
“O próprio regulamento do congresso tinha obrigatoriamente que estar disponível para todos os participantes antes e não esteve”, exemplificou.
A militante do PPM referiu ainda que no site do partido “não há uma única linha sobre o congresso”, deixando irregularidades mais graves para a exposição que vai fazer com o pedido de impugnação.
Segundo Aline Hall de Beuvink “há uma postura de fazer o partido refém nos Açores” uma vez que “todas as propostas para se fazer o congresso no continente foram sempre preteridas”.
“Nos estatutos em vigor até à data do congresso os militantes das ilhas poderiam participar de forma telemática, mas os que estão no continente não. Há dois pesos e duas medidas. Isto de democracia não tem nada”, condenou.
A militante do PPM referiu-se ainda que três comunicados que foram enviados à Comissão Política Nacional “manifestando o desagrado com este congresso”.
“Só consideraram parte de um deles, disseram que os outros não eram militantes do partido”, disse, explicando que um deles, Pedro Borges Macedo “é militante desde os anos 90” e atualmente deputado municipal em Braga.
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