“Só posso agradecer o apoio decidido que o Governo português deu à minha candidatura ao BEI, que reflete o nosso alinhamento absoluto de postura dos dois governos em matérias europeias”, declarou Nadia Calviño, falando à entrada para uma reunião informal dos ministros europeus das Finanças, na cidade espanhola de Santiago de Compostela.
Quando questionada pela Lusa sobre este apoio português, a responsável observou: “Felizmente, desde o primeiro momento, contámos com o apoio decidido do nosso país irmão, como não podia deixar de ser.”
“Partilhamos um lugar [na vice-presidência rotativa] no BEI e a nossa posição relativamente às instituições europeias está a 100% alinhada com o nosso país vizinho, país […] ainda mais vizinho estando aqui na Galiza”, acrescentou.
O Governo português vai apoiar Nadia Calviño na ‘corrida’ à liderança do BEI, avançou à Lusa na quinta-feira fonte ligada ao processo.
A mesma fonte indicou hoje à Lusa que Portugal, na sequência de conversações ocorridas nos últimos meses, irá apoiar Nadia Calviño por considerar que esta candidata “é a mais qualificada” para assumir o cargo.
Nadia Calviño é, juntamente com a vice-presidente executiva da Comissão Europeia responsável pela pasta da concorrência, Margrethe Vestager, uma das principais candidatas à liderança do BEI.
Aos seus nomes juntam-se os do ex-ministro italiano Daniele Franco, da antiga ministra polaca e vice-presidente do BEI Teresa Czerwinska, e do antigo ministro da Energia da Suécia e também atual vice-presidente da instituição Thomas Ostros.
No início de setembro, Margrethe Vestager anunciou que iria tirar uma licença sem vencimento para se concentrar na candidatura.
Este que é hoje considerado um dos lugares de topo nas instituições da União Europeia (UE) atrai, desta vez, o interesse de vários altos funcionários europeus, depois de ter sido liderado durante 12 anos pelo alemão Werner Hoyer, que cumpriu dois mandatos de seis anos e está agora de saída.
Outra fonte comunitária salientou à Lusa o “interesse renovado” na liderança do BEI, que também reflete “uma nova página” da maior instituição financeira multilateral do mundo em termos de ativos e que será crucial para apoiar a UE nas suas metas ‘verdes’ e digitais.
As posições surgem quando os ministros das Finanças da UE se juntam, hoje e no sábado, em Santiago de Compostela, para uma reunião informal, à margem da qual será discutida a liderança do BEI.
Porém, segundo as fontes ouvidas pela Lusa, não se espera para já um consenso em torno de um nome entre os cinco candidatos, o que será mais provável de acontecer na reunião ordinária dos responsáveis pela tutela das Finanças de outubro.
A decisão é tomada pelo Conselho de Governadores do BEI, constituído pelos ministros das Finanças de todos os países da UE.
O atual presidente do banco, Werner Hoyer, deixa o cargo no final do ano, pelo que os governantes têm até então de nomear um sucessor.
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