Inicialmente, o sítio da Internet do Museu Virtual do Vinho do Dão será lançado em português e em inglês. A terceira língua, ainda em 2018, será o mandarim e depois o francês.
“Decidimos investir num museu virtual da região vinícola em que temos a nossa sede, o Dão, porque 70% dos nossos vinhos são vendidos no estrangeiro e, portanto, a grande maioria dos nossos clientes não tem possibilidades práticas de nos visitar”, justificou o presidente da Lusovini, Casimiro Gomes.
Na sua opinião, este será um serviço que a Lusovini – Vinhos de Portugal, com sede em Nelas, no distrito de Viseu, presta à região do Dão e, sobretudo, aos vinhos de Portugal.
“Por essa razão, é também um serviço que prestamos a nós próprios: cada garrafa de vinho português que se vende no estrangeiro, seja de que marca for, é sempre boa para o trabalho da Lusovini, que distribui quase 90 marcas das principais regiões portuguesas em 42 países diferentes”, considerou.
A Lusovini é um grupo produtor e distribuidor de vinhos portugueses que tem empresas próprias nos Estados Unidos da América, no Brasil, em Angola e em Moçambique, e um escritório de representações na China (Macau).
No entender de Casimiro Gomes, “lançar este museu é a forma de a Lusovini contribuir para a qualificação de outros projetos, públicos e privados, que deverão surgir em todo o país neste domínio”.
“As empresas têm de se posicionar melhor lá fora e aumentar as suas vendas para, depois, investirem mais cá dentro”, defendeu.
Para a conceção do novo museu – que será apresentado no Museu do Teatro Romano, em Lisboa, na presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral – a Lusovini contou com a participação de Virgílio Loureiro, enólogo professor aposentado do Instituto Superior de Agronomia, e da produtora Baba Yaga.
O museu virtual terá uma componente didática, começando por ser uma história do vinho através dos tempos no espaço mediterrânico, peninsular e português. Será também apresentada a região do Dão, desde a sua paisagem, clima e solo até à origem da sua demarcação.
Segundo Virgílio Loureiro, a escolha do Museu do Teatro Romano para a apresentação prende-se com o facto de terem sido os romanos que generalizaram a produção de vinho no território português.
“Será uma homenagem ao papel dos romanos na consolidação da viticultura e produção de vinho no atual território português e, também, à cidade de Olissipo [Lisboa], principal porto de mar da Lusitânia e da sua capital Emerita Augusta [Mérida], por onde saía grande parte do vinho para todo o Império”, justificou.
Após a apresentação do museu virtual, será feita uma prova de “vinhos históricos”, que pretende ser “uma experiência sensorial ao longo da história”.
“Serão provadas réplicas dos principais estilos de vinhos produzidos ao longo de toda a sua história, desde o estilo romano com as suas taças, até aos dias de hoje, passando pelos estilos da alta e baixa Idade Média”, avançou.
Conduzida por Virgílio Loureiro, a prova terminará com três vinhos do Dão originais, nomeadamente um branco clássico, feito antes da adesão de Portugal à CEE e de a região usufruir dos fundos estruturais de Bruxelas, e um branco e um tinto atuais, ambos exportados para os quatro cantos do mundo.
A prova será acompanhada por seis petiscos criados pelo chef de cozinha Vítor Sobral. Por exemplo, o vinho ao estilo da alta Idade Média será acompanhado por salada de lebre, nozes e ervas.
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