“O Volt recusa ser envolvido ou responsabilizado por disputas internas que lhe são completamente alheias. O Volt respeita os processos internos do PAN, à semelhança dos de qualquer outro partido político, pelo que quaisquer eventuais contendas entre o PAN e os seus ex-representantes eleitos que escolheram desfiliar-se do partido ainda em funções não dizem respeito ao Volt, sendo da inteira responsabilidade do PAN”, realça o partido em comunicado.
De acordo com o Volt, a filiação de Francisco Guerreiro “apenas terá lugar no termo do seu mandato em 2024 – durante o qual, por opção do próprio e respeitando os seus eleitores, continuará como eurodeputado independente e a cumprir o programa para o qual foi eleito”.
“O eurodeputado […] não se torna - nem nunca se poderia tornar - um eurodeputado do Volt neste momento, pelo que não cabe ao Volt “ceder o lugar ao PAN”. É ainda um equívoco qualquer afirmação de que Francisco Guerreiro será candidato ou cabeça-de-lista do Volt nas próximas eleições Europeias”, adianta.
Caso Francisco Guerreiro queira ser representante do Volt no Parlamento Europeu em 2024, o partido recorda que terá de ir a eleições primárias internas.
“O facto de o Francisco Guerreiro apenas ingressar no Volt quando terminar o seu mandato demonstra que respeita os eleitores que nele votaram e que tem bons princípios. O Volt acolhe bem todas e todos os que partilham os nossos valores e objetivos”, escreveu o presidente do Volt Portugal, Tiago Matos Gomes, no Twitter.
No comunicado, o partido lembra que foi com “surpresa e estranheza” que recebeu as declarações da porta-voz do PAN, esperando que “se devem a alguma má interpretação do anúncio”.
“[…] Rejeitamos as tentativas incompreensíveis e inaceitáveis de arrastar o Volt Portugal para conflitos internos do PAN, bem como as acusações de desrespeito ou defraudação dos seus eleitores”, alerta.
A porta-voz do PAN – Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, acusou hoje o Volt de utilizar “práticas do pior que existe em política” e classificou de “oportunismo político indescritível” a anunciada filiação do eurodeputado Francisco Guerreiro (ex-PAN) naquele partido.
“É um defraudar das legítimas expectativas dos eleitores que deram ao PAN um lugar no Parlamento Europeu. É de um oportunismo político indescritível”, afirmou Isabel de Sousa Real, em declarações aos jornalistas.
No domingo, o partido europeísta anunciou que o eurodeputado independente Francisco Guerreiro (ex-PAN) vai filiar-se no Volt quando terminar o seu mandato em Estrasburgo.
A eleição da nova direção do Volt Europa, Francesca Romana D’Antuono e Renier van Lanscho para copresidentes europeus, decorreu na assembleia-geral, no sábado e domingo, no Centro de Congressos de Lisboa, e a que assistiram presencialmente cerca de 500 membros e, por via digital, cerca de mais 18 mil, acrescentou a organização em comunicado.
Hoje, em declarações à agência Lusa nas minas de Covas, Vila Nova de Cerveira, à margem de uma visita que hoje realizou à Serra d’Arga, no distrito de Viana do Castelo, para conhecer alguns dos locais que poderão ser alvo de prospeção e pesquisa de lítio, a porta-voz do PAN, acusou o Volt de “desrespeitar” os eleitores do PAN.
“O Volt que diz ser um partido diferente dos outros do sistema utiliza práticas do pior que existe em política e não cede o lugar ao PAN. É defraudar e desrespeitar os eleitores do PAN porque temos um programa ideológico completamente diferente do Volt, temos também uma agenda política bastante diferente e neste momento Francisco Guerreiro está a representar um partido que não o elegeu para o Parlamento Europeu”, frisou Isabel de Sousa Real.
A deputada do PAN disse tratar-se de “um total desrespeito pelos eleitores” do partido e com o qual, defendeu, “o Volt não deveria compactuar”.
Francisco Guerreiro desvinculou-se do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) em 2020.
O Volt Europa é um partido federalista e pan-europeu que surgiu internacionalmente como movimento em março de 2017, como reação ao 'Brexit', iniciado por um coletivo de estudantes nos EUA.
Andrea Venzon é o fundador deste movimento, que já é partido político em vários países europeus, nomeadamente em Portugal, Alemanha, Bulgária, Bélgica, Espanha, Holanda, Itália, Áustria, Luxemburgo, Dinamarca, França, Reino Unido ou Suécia.
O movimento, que surgiu em Portugal a 28 de dezembro de 2017 e foi oficializado como partido político pelo Tribunal Constitucional em junho de 2020, conta com um eurodeputado no Parlamento Europeu, Damian Boeselager, eleito pelo Volt Alemanha nas eleições de maio de 2019.
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