“À escala da Europa é preciso criar um modelo de interesse geral. Desde logo, a primeira dificuldade é definir o que é um serviço público, o que é uma atividade de interesse geral. E proteger essa atividade de interesse geral. Depois, suprimir as barreiras que podem criar constrangimentos e travar o progresso”, disse, na Web Summit, a decorrer em Lisboa.
Num painel dedicado à interação entre o social e a tecnologia - “More social good in tech, more tech in social good” – o ex-chefe do Estado francês começou por defender as virtudes da tecnologia “para agir sobre os problemas de interesse geral”.
“Mesmo sabendo que a tecnologia pode ser privatizada, capturada, subvertida por grupos que não têm o interesse geral como seu principal objetivo”, observou.
Mas simultaneamente, prosseguiu, é necessário “dar a cada um, cidadãos e empresas, uma dimensão de cidadão, sensibilizar cada um de que não estão confinados à pesquisa ou ao seu interesse particular”.
“É preciso um grande mercado do interesse geral à escala da Europa (…) grandes projetos de interesse geral em que a Europa se possa fixar como objetivo (…) cuja execução possa ser depois confiada aos mais variados atores”, advogou.
A Web Summit decorre até quinta-feira, no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.
Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal, participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil 'startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.
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