"Já tivemos dois anos espantosos e é ótimo estar de volta à Ericeira para mais uma edição da Surf Summit. Vamos planear algo muito especial para os próximos dez anos", afirmou o empreendedor irlandês num encontro com jornalistas na Praia da Foz do Lizandro, Ericeira.
Questionado sobre quais as novidades que tem preparadas para o futuro, Paddy Cosgrave disse que, neste momento, está apenas "focado" nos próximos quatro dias, durante os quais se vai realizar em Lisboa a maior cimeira tecnológica do mundo, mas deixou no ar a hipótese de promover uma segunda edição da Surf Summit, no sul do país.
"No último ano fui para Sagres três vezes aprender a fazer surf. Pode ser uma desculpa para fazer lá uma segunda edição", lançou o responsável, sublinhando que o objetivo passa por manter o formato de contar com cerca de 200 a 250 participantes em cada edição da Surf Summit, como tem acontecido nestas três primeiras edições.
Mais tarde, Paddy Cosgrave, cuja mulher e irmão são praticantes de surf, explicou à agência Lusa que, além da Ericeira, ficou fã de Sagres ao longo do último ano, pelo que vai estudar a possibilidade de "manter a Ericeira e organizar outra Surf Summit em Sagres", em moldes ainda a definir.
Hélder Sousa Silva, presidente da Câmara Municipal de Mafra, que também participou neste encontro com jornalistas, ficou agradado com as palavras do presidente executivo da Web Summit, assumindo que é um desígnio da autarquia que lidera continuar a albergar a Surf Summit.
"É o terceiro ano consecutivo que este evento se realiza e, para nós, é um orgulho e uma honra, porque a Surf Summit ajuda à promoção da Ericeira nos quatro cantos do mundo", destacou.
O autarca de Mafra, onde se localiza a vila da Ericeira, agradeceu a Paddy Cosgrave a aposta nas prais da primeira reserva mundial de surf da Europa e a segunda do mundo, considerando que se trata do "melhor lugar para o surf, mas também para o 'stand up paddle' (SUP) e para as caminhadas".
E atirou: "Já disse ao Paddy que, tal como Lisboa vai ter a Web Summit por mais dez anos, que nós também venhamos a ter a Surf Summit por mais dez anos".
Segundo o político, desde a primeira edição da Surf Summit, em 2016, "têm vindo a instalar-se algumas empresas tecnológicas nesta região, promovendo o emprego e o desenvolvimento".
Por seu turno, o surfista Tiago 'Saca' Pires, o primeiro português a correr no circuito mundial de surf, que tem vindo a estar presente nas iniciativas da Surf Summit desde o seu arranque, declarou-se honrado por estar associado a um evento como a Web Summit e realçou as vantagens que a Surf Summit trás para os participantes oriundos dos mais variados lugares do mundo.
"Trocamos diferentes ideias e conceitos. É uma experiência única e obtemos 'inputs' importantes para desenvolver negócios", lançou, elogiando a informalidade da iniciativa que permite a aprendizagem num contexto descontraído e de comunhão com a natureza.
"As pessoas saem daqui com os olhos a brilhar", assinalou o surfista.
Já Joana Schenker, a primeira campeã mundial de bodyboard portuguesa, confessou estar "muito entusiasmada" por estar a participar pela primeira vez na Surf Summit, destacando a importância de se aproveitar a oportunidade para discutir as questões relacionadas com a proteção do meio ambiente.
A terceira edição da Surf Summit, evento que antecede a cimeira tecnológica Web Summit, decorre este fim de semana na Ericeira, permitindo aos participantes o convívio e a aprendizagem com atletas profissionais dos desportos das ondas.
A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo Web Summit nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa, devendo permanecer até 2028 no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.
Nesta terceira edição do evento em Portugal são esperados cerca de 70 mil participantes de mais de 170 países.
A edição deste ano realiza-se entre os dias segunda e quinta-feira.
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