O ZANU-PF (União Nacional Africana do Zimbabué — Frente Patriótica) convocou todos os cidadãos do país para o Estádio Nacional a partir das 08:30 locais (06:30 em Lisboa) para a cerimónia.
“Venham e sejam testemunhas da História em movimento, os nossos primeiros passos numa nova era e num país melhor conduzido pelo nosso adorado camarada ED Mnangagwa”, proclamaram os organizadores num cartaz afixado em Harare.
A principal prioridade de Mnangagwa, 75 anos, é a reconstrução da exangue economia do país. O Zimbabué luta contra o crescimento lento, uma inflação crescente e um desemprego em massa (90%).
“Queremos o crescimento da nossa economia, queremos empregos”, declarou o novo homem forte do Zimbabué no seu primeiro discurso, na quarta-feira, algumas horas depois de ter regressado de um breve exílio na África do Sul.
Durante muito tempo considerado o delfim de Mugabe, Mnangagwa foi demitido a 06 de novembro – por intervenção da então primeira-dama que esperava suceder ao marido – e abandonou o país por razões de segurança.
O seu afastamento provocou na noite de 14 para 15 de novembro um golpe dos militares, que se opunham à chegada ao poder de Grace Mugabe.
Face à profunda crise do país, as expectativas da população são enormes, mas a chegada ao poder de Emmerson Mnangagwa também suscita preocupações, tendo em conta o seu passado de quatro décadas no aparelho de segurança zimbabueano, que executou o “trabalho sujo” do ex-presidente.
A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional pediu ao novo líder do Zimbabué que “evite regressar aos abusos do passado”.
“O próximo governo deverá encetar rapidamente as necessárias e urgentes reformas nas Forças Armadas e na Polícia, as principais armas da repressão de Mugabe” bem conhecidas de Mnangagwa, defendeu, por seu turno, a Human Rights Watch.
Quanto ao principal partido da oposição, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC) disse estar “cautelosamente otimista” em relação ao próximo líder do país.
Embora referindo esperar que Mnangagwa “não vá imitar e replicar o regime mau, corrupto, decadente e incompetente de Mugabe”, o MDC prometeu acompanhar atentamente as próximas decisões do novo presidente “particularmente em relação ao desmantelamento de todos os opressivos pilares da repressão que foram criados pelo regime cessante”.
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