Há 10 meses que o Tottenham não vencia fora de casa. Estávamos em janeiro, no início do ano, quando os Spurs bateram o Fulham por 2-1, com um golo de Harry Winks já em tempo de descontos. Os 10 meses seguintes, sem uma vitória fora para amostra na Premier League, tornaram o clube de Londres na pior equipa da Premier League a jogar fora.

Mas agora mora outro homem no Tottenham Hotspur Stadium, José Mourinho de seu nome. O treinador português (que dividiu as atenções futebolísticas com outro treinador português, este a tentar fazer história na América do Sul) regressou à Premier League para treinar os Spurs e dias depois enfrentou logo o seu primeiro duelo, num dérbi frente ao West Ham no Estádio Olímpico de Londres. E o regresso não poderia ter corrido melhor a Mourinho, ele que só perdeu na sua estreia por um clube... precisamente no dia em que se estreou como treinador principal, ao serviço do Benfica, frente ao Boavista de Jaime Pacheco.

Depois de um início de partida morno, os Spurs acabaram por conseguir apontar dois golos. O primeiro, pelo coreano Son Heung-min, depois de uma assistência de Dele Alli (o homem que Mourinho diz que vai recuperar); o segundo, por Lucas Moura, assistido por Son.

Foi com esse resultado que se foi para os balneários e, no reatamento, Harry Kane, logo aos 49 minutos, apontou o 3-0 e praticamente encerrou as contas da partida. É certo que o internacional inglês Michail Antonio ainda reduziu para os Hammers, é certo que em cima dos 90 minutos o VAR teve de intervir para anular um golo ao clube treinado por Manuel Pellegrini, e é também que o golo de Ogbonna aos 96 minutos encurtou ainda mais as distâncias no marcador, apesar de a partida ter terminado poucos segundos depois. Mas a verdade é só uma: o Tottenham regressou às vitórias fora 10 meses depois e Mourinho regressou à Premier League com uma vitória - e uma subida, ainda que provisória, do 14.º para o 6.º lugar da tabela classificativa do principal campeonato inglês.

Foi o 191.º triunfo de Mourinho na Premier League, em 306 jogos, num terreno onde perdeu em 2018/19, então no comando do Manchester United, por 3-1.