“Passaram-se quase três meses desde que anunciei a minha intenção de vender o Chelsea. Durante esse tempo, uma equipa trabalhou arduamente para encontrar o dono certo para o Chelsea, que pudesse conduzir com sucesso o clube no seu próximo capítulo”, começa por referir o ainda dono dos ‘blues’, numa nota publicada no sítio oficial do clube na Internet.
Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português, prossegue realçando que “a posse deste clube vem com uma grande responsabilidade”.
“Desde que cheguei ao Chelsea, há quase 20 anos, testemunhei na primeira pessoa aquilo que este clube pode alcançar. O meu objetivo foi assegurar que o próximo dono tenha uma visão que permita o sucesso das equipas masculina e feminina, assim como a continuação do desenvolvimento de outros aspetos-chave no clube, como a Academia ou o trabalho fundamental da Fundação Chelsea”, notou.
Horas depois de o Chelsea anunciar que “um acordo final e definitivo para vender o clube ao consórcio Todd Boehly/Clearlake foi celebrado na última noite” e que “é expectável que a transação seja completada na segunda-feira”, Abramovich congratulou-se por “a procura” por um novo dono ter chegado agora “a uma conclusão bem-sucedida”.
“Tem sido a honra de uma vida fazer parte deste clube. Queria agradecer a todos os antigos e atuais jogadores, ‘staff’, e, obviamente, aos adeptos por estes anos incríveis”, finalizou.
A venda do Chelsea, ainda detido por Abramovich e alvo de sanções ligadas à invasão da Ucrânia pela Rússia, a um consórcio liderado pelo bilionário norte-americano Todd Boehly por 4,25 mil milhões de libras (4,9 mil milhões de euros), tinha sido comunicada no dia 07 de maio, e foi aprovada pela Liga inglesa de futebol na terça-feira.
Nessa mesma noite, Portugal recebeu uma carta do russo Roman Abramovich, que tem passaporte português, pedindo autorização para a venda do clube, que recebeu ‘luz verde’ na quinta-feira.
Em comunicado, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros explicou que as duas autoridades nacionais competentes - Ministério dos Negócios Estrangeiros e Ministério das Finanças – autorizaram o pedido recebido da parte de Roman Abramovich "para uma derrogação humanitária, permitindo que o clube inglês seja transacionado".
"A autorização portuguesa decorre da garantia dada pelas autoridades britânicas de que as receitas da venda serão utilizadas para fins humanitários, não beneficiando direta ou indiretamente o proprietário do clube, que consta da lista de sanções da União Europeia", acrescentava-se na nota.
A posição do Governo português conta com a concordância da Comissão Europeia, adiantava o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O clube britânico, terceiro colocado na última edição da Premier League, atuou ao longo da última fase da temporada com algumas limitações precisamente por causa das sanções impostas a Abramovich.
Neste momento, o Chelsea opera com uma autorização especial que expira em 31 de maio e que lhe permite realizar determinadas operações, como receber dinheiro por direitos televisivos e vender ingressos para determinadas partidas.
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