Em comunicado, a APAF vincou que o caso "em nada se confunde com a arbitragem" e que "os alegados factos não têm qualquer relação" com a atividade de Luís Reforço enquanto "árbitro de futebol ou através de qualquer aproveitamento dessas funções".
O organismo salientou que o árbitro da Associação de Futebol de Setúbal "estará a ser investigado enquanto funcionário público, concretamente pelo exercício das suas funções enquanto profissional da Autoridade Tributária, sendo nesse âmbito e não enquanto árbitro de futebol que a investigação teve lugar".
A PSP deteve, na segunda-feira, 14 funcionários da Autoridade Tributária ligados ao Aeroporto de Lisboa e constituiu outros 13 arguidos no mesmo processo, por peculato e falsificação de documentos. Os jornais Record e A Bola identificaram, na sua edição de hoje, Luís Reforço como um dos detidos.
O Comandante Operacional da Divisão Criminal de Lisboa, Nuno Pereira, explicou à agência Lusa que esta detenção e constituição de arguidos resultou de mais de um ano de investigação, e que os detidos e a restante rede "facilitavam a entrega e chegada de objetos", que eram retidos e dados como perdidos e não eram reclamados. Os objetos eram posteriormente revendidos ou usados em benefício próprio.
Na operação foram realizadas 30 buscas domiciliárias que levaram à descoberta de "centenas de objetos" (como computadores, telemóveis, relógios e outros objetos pessoais) desviados por via do esquema ilícito, mas também três armas de fogo e uma de pressão de ar não legalizadas.
Dos 14 detidos, 13 pertenciam à Autoridade Tributária (AT) e um deles foi detido por posse ilegal de arma, sendo que no mesmo esquema acabaram arguidas outras 13 pessoas, que não ficaram detidas.
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