O adiamento foi benéfico para a preparação ou foi mais um momento de ansiedade?
Acredito que uma das características de um atleta de alto rendimento é estar pronto para se adaptar conforme o necessário. É claro que o que está acontecendo nos assusta [pandemia], mas a decisão foi a melhor tendo em conta a situação que o mundo se encontrava.
Beneficiou com o adiamento ou está nos Jogos devido a esse facto?
[Não beneficiei]. A classificação olímpica não mudou muito.
Há quanto tempo está a preparar os JO?
Desde os 12 anos.
Ao longo deste ciclo Olímpico, quando é que pensou: este é momento do “tudo ou nada”?
Agora! Estou dando tudo.
Qual o pior momento na preparação?
Depois de ser vice-campeã do mundo, em 2019, convivi com uma série de lesões. Obter uma performance com dores é um grande desafio, principalmente mental, e tem momentos em que é desmotivante.
No último ano fiz duas cirurgias ao cotovelo e lembro-me que ao sair do hospital, na segunda cirurgia, em fevereiro, bateu um desespero e uma grande crise de ansiedade. Achei que não conseguiria estar apta para as competições. Mas nada como um dia após o outro, ter disciplina e profissionais competentes ao nosso lado. Sete semanas depois da operação, consegui a medalha de bronze nos europeus de Lisboa 2021.
Que preparação específica foi feita? (Por exemplo, vai alterar os ciclos de sono antecipadamente face à diferença horária?)
Quando chegar próximo vou alterar o horário de sono. E treinar mais próximo do horário da competição.
No que toca à alimentação, estou animada. Amo a comida do Japão e amo comer, então vai ser fácil.
Qual a maior dificuldade que espera encontrar em Tóquio?
Acho que cada combate será uma final. Todas as atletas estarão no seu melhor e espero trabalhar para que o dia 28 de julho seja o meu dia!
Quais são os objetivos em termos de resultados/marcas?
Estou procurando evoluir em todas as vertentes. Tem sido um desafio, por exemplo, melhorar em algo que sei que tenho dificuldade. Mas este é o propósito.
O que é um bom resultado olímpico para Portugal?
Acredito que o judo de Portugal está muito bem preparado e temos uma equipa forte. Durante todo o ciclo Olímpico tivemos medalha em todo o circuito mundial. Temos um bicampeão do mundo e uma campeã europeia. Acho que estamos prontos para trazer medalhas.
Qual a primeira memória que tem dos Jogos Olímpicos?
Tenho duas memórias. Primeiro, lembro-me que assistia junto com a minha família a abertura dos Jogos. Era um evento para nós, ficávamos encantados. Lembro-me também de assistir na televisão o atleta Flávio Canto conquistar a medalha de bronze nos jogos de Atenas e percebi o quão grandioso era.
Quem é o melhor atleta olímpico de sempre na sua modalidade?
Teddy Rinner.
Se ganhar uma medalha, a quem a vai dedicar?
A todos que acreditaram em mim. E foram muitos. Desde minha família, aos treinadores, amigos. Foram muitas pessoas importantes que acreditaram no meu sonho.
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Memórias, objetivos e até uma pandemia. Rumo aos Jogos Olímpicos, que se realizam de 23 de julho a 8 de agosto em Tóquio, no Japão, desafiámos alguns dos nossos atletas a responder a um Questionário Olímpico.
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