Em entrevista à Lusa, o avançado, que vestiu as camisolas dos dois clubes - sete épocas no Benfica e duas no FC Porto -, aponta um "favoritismo ligeiro" para os ‘encarnados’, devido à quebra portista que permitiu ao campeão nacional ascender à liderança antes da 30.ª jornada, mas não hesita em realçar o equilíbrio das forças em confronto.
"O FC Porto é uma equipa que esteve muito tempo na frente e escolheu a pior altura para passar a ser segundo. Agora joga tudo, mas é uma equipa forte e que durante grande parte do campeonato foi a mais forte e só fraquejou muito recentemente", explica, lembrando também a lesão de "elementos importantes" na equipa e a descida de forma do extremo Brahimi.
Perante a incerteza dos regressos de Jonas, pelo Benfica, e Marega, no FC Porto, à titularidade no jogo do Estádio da Luz, Rui Águas assinala as grandes diferenças entre os dois avançados, mas que têm em comum a influência nas equipas e a maior quota-parte na produção de golos.
"São jogadores completamente diferentes. A ausência de Marega coincidiu com os maus resultados, pelo que daí podemos considerá-lo muito importante. Tem dividido a sua ação entre o centro e a direita e tem resultado, sendo também fisicamente muito forte e muito rápido. Não tem a subtileza ou a capacidade de definição de Jonas, mas vamos ver se estão os dois aptos", afirmou.
O antigo internacional português, filho da glória ‘encarnada’ José Águas, mostra-se expectante sobre a estratégia a adotar pelos ‘dragões’, já que não antecipa surpresas do lado da formação comandada pelo treinador Rui Vitória, a quem adivinha apenas "concentração absoluta" como o caminho mais curto para o triunfo.
"O FC Porto tem alternado entre um e dois homens na frente. O Benfica manterá o esquema de 4-3-3, mas no FC Porto tenho algumas dúvidas se mantém os dois homens na frente ou se joga com Marega na ala. Se Marega não estiver, Otávio pode aparecer no ataque, pois não me parece que vá jogar com dois homens fixos na frente", assinalou.
Por fim, Rui Águas esvazia o ambiente conturbado entre os dois emblemas rivais, numa época fortemente marcada pelas trocas de acusações, quase sempre com a arbitragem como arma de arremesso. O ex-jogador não tem ilusões de que a arbitragem vai estar em foco depois do apito final, mas acredita que não haverá hostilidade entre os jogadores no relvado.
"Nesta altura acho que já não. As pessoas estão cansadas e nem ligam muito a isso. Acho que é um discurso que as pessoas já ouviram tanto que não dão importância e com os jogadores é igual. Penso que não vai ser mais do que um jogo de grande importância, de grande nervosismo e de grande tensão", finalizou.
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