Numa reedição do pódio das últimas três edições da competição absoluta masculina, os ‘encarnados’ somaram 19 pontos, contra 23 do Sporting, segundo classificado, e 40 do Sporting de Braga, selando o 26.º cetro sem atletas estrangeiros, ao contrário dos rivais.

“Tínhamos cinco ou seis atletas, que, à partida, iam disputar o título individual. Destaco a boa prestação dos nossos adversários, mas estamos num patamar ligeiramente acima e fomos cinco estrelas”, avaliou Pedro Leite, coordenador técnico adjunto do Benfica, em declarações à agência Lusa.

No dia do seu 24.º aniversário, Miguel Moreira percorreu os 10 quilómetros em 28.30 minutos e bateu por cinco segundos o ugandês Hosea Kiplangat (Sporting), segundo da classificação geral, ultrapassando-o nos metros finais para suceder ao companheiro de equipa Etson Barros, vencedor em 2023 em absolutos e sub-23, que foi sétimo, a 42.

“O Miguel Moreira esteve muito bem desde o início, a assumir a corrida e a ajudar os colegas. A partir do momento em que ficou apenas com o seu adversário direto [pela frente], fez o que tem treinado. É surpreendente por ser a primeira vez [que é campeão absoluto de corta-mato longo], mas está num bom caminho para deixar surpreender as pessoas”, analisou Pedro Leite.

Atrás de Miguel Moreira, que também é campeão de Portugal dos 5.000 metros, André Pereira (Benfica), terceiro da geral, a 26 segundos, e Rúben Amaral (Sporting), quarto, a 34, completaram o pódio luso da 101.ª edição da corrida masculina.

Entre as mulheres, o Sporting de Braga alcançou o 13.º cetro, e terceiro consecutivo, ao contabilizar 15 pontos, voltando a relegar o Sporting para a segunda posição, com 33, enquanto o Recreio de Águeda repetiu o terceiro posto de 2023, com 38.

“As coisas correram conforme planeámos. Pretendíamos o tricampeonato, apresentámo-nos com uma equipa bastante forte e elas foram competentes”, resumiu à agência Lusa Ricardo Vale, diretor do Sporting de Braga.

Ao finalizar em 25.44 minutos a 58.ª edição da competição feminina de oito quilómetros, atrás da queniana Grace Nawowuna (Sporting), vencedora em 24.59 minutos, Mariana Machado reeditou os triunfos de 2021, 2022 e 2023, igualando o quarteto de troféus conquistados por Aurora Cunha, Conceição Ferreira, Manuela Simões e Jéssica Augusto.

“Era claramente favorita a vencer a competição dela e não falhou. Esteve ao seu nível e correu muito rápido. Agora, temos à porta o Europeu [em Antalya, na Turquia, em 08 de dezembro] e certamente que terá uma excelente prestação”, salientou Ricardo Vale.

Mariana Machado, de 24 anos, foi ladeada no pódio nacional pelas colegas de equipa Laura Taborda e Vanessa Carvalho, que terminaram na terceira e quarta posições da geral, a 1.19 e 1.27 minutos da fundista olímpica, respetivamente.

Já a estafeta mista conheceu o quarto vencedor distinto em outras tantas edições e viu o Sporting de Braga a ser destronado pelo Benfica, que, com José Carlos Pinto, Mariana Vargem, Isaac Nader e Salomé Afonso, cronometrou 16.42 minutos, contra 17.06 do Sporting, segundo classificado, e 18.14 do Maia, terceiro.

Os dois primeiros da estafeta mista e dos setores masculino e feminino nos escalões absolutos e sub-20 qualificaram-se para a Taça dos Clubes Campeões Europeus, que se realizará em 2025, em Albufeira.

Inaugurados em 1911, os campeonatos nacionais de corta-mato longo decorreram pela quarta vez em Guimarães, após 1972, apenas na vertente feminina, 2005 e 2006.

As provas incidiram em diversos escalões e começaram no parque da Cidade Desportiva, terminando no tartan da Pista de Atletismo Gémeos Castro.