O candidato pela lista B, que falava durante a apresentação, que decorreu numa unidade hoteleira próxima do Estádio da Luz, considera que apesar do impacto mediático de Rui Costa, por ser antigo futebolista dos ‘encarnados’, não só não parte em desvantagem, como está mais bem posicionado do que o adversário.
“Partimos todos num patamar de igualdade. Os resultados do futebol não podem interferir nestas eleições. Aliás, o Rui Costa até parte atrás de mim. Parte atrás porque ficou calado aquando da OPA e ficou calado quando o presidente de um clube rival deu uma entrevista em pleno Estádio da Luz. E isso não podia acontecer”, realçou.
Retomando os pilares da candidatura que apresentou em 2020 e que depois se uniu à lista encabeçada por João Noronha Lopes, “tradição democrática, ambição desportiva e transparência”, Benitez considera que é necessário um virar de página.
“É preciso um novo rumo. No próximo dia 09 não se elege uma figura, elege-se uma equipa de gestão para de levar adiante esta difícil tarefa, porque todos os clubes vão enfrentar grandes dificuldades neste período de pós-pandemia. Por um Benfica campeão, com valores e tradição faz todo o sentido servir o Benfica”, afirmou, fazendo referência ao nome do grupo que deu o pontapé de saída para as suas candidaturas.
A olhar para o futuro, querendo apresentar um plano estratégico para a próxima década, Benitez destacou a experiência dos elementos da lista onde “todos são gestores de multinacionais” e deixou garantias para os 100 dias após as eleições.
“Irei promover a revisão estatutária, promover uma auditoria externa a todo o universo Benfica e promover uma política desportiva que apresente resultados em todas as modalidades”, prometeu.
Consciente dos resultados apresentados pela equipa de futebol, que ainda não perdeu esta temporada, somando, em 13 jogos, 11 triunfos e dois empates, Benitez diz não querer que se repita o mesmo que se passou último ato eleitoral.
“Um bom resultado nestas eleições é o Benfica encontrar um novo rumo. Nas últimas eleições, os resultados desportivos imperaram e acabou por passar-se um cheque em branco a quem não merecia. É importante que agora não se repita. Se o Benfica não estivesse tão bem desportivamente, se calhar as eleições não seriam agora. Por isso, com o Benfica a ganhar estou sempre feliz”, destacou, afiançando que, em caso de vitória, Jorge Jesus continuará ao leme dos ‘encarnados’.
O candidato focou o discurso na transparência, numa alusão a Luís Filipe Vieira, que foi um dos quatro detidos no início de julho na investigação ‘Cartão vermelho’, que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do Benfica e Novo Banco, e que está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
“Ao longo do último ano, provou-se que estes pilares – tradição democrática, ambição desportiva e transparência – eram fundamentais para o nosso clube. Para além disso, o ato eleitoral ficou marcado pela sombra [na transparência do voto eletrónico e voto físico], sombra esta que nunca foi cabalmente esclarecida pela direção eleita. Tememos que possam aparecer mais casos de justiça e temo que as pessoas que transitam para a equipa de Rui Costa possam trazer mais histórias e isso será muito mau para a imagem do Benfica. Neste último ano, dentro do campo só o futebol feminino e o projeto olímpico apresentaram resultados. O futebol profissional falhou cabalmente”, lembrou.
Com o debate com Rui Costa agendado para 07 de outubro, dois dias antes das eleições, a aproximar-se a passos largos, Francisco Benitez espera que acima de tudo os “benfiquistas fiquem esclarecidos”.
“Quero que percebam o que é passado e futuro no Benfica. Quero que as ideias de Rui Costa e as minhas sejam apresentadas. Quero que acima de tudo esteja o Benfica. Não podemos prejudicar a época desportiva”, concluiu.
As eleições para os órgãos sociais do Benfica realizam-se em 09 de outubro. Rui Costa, atual presidente, apresenta-se como candidato pela lista A e Francisco Benitez pela lista B, sendo que esta é composta por seis vice-presidentes: Pedro Casquinha, Carlos Lisboa Nunes, Bernardo Correia, Pedro Brinca, José Miguel da Luz e Victor Conceição.
Para a Mesa da Assembleia geral corre João Pinheiro e para o Conselho Fiscal Nuno Leite.
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