Em entrevista à estação britânica, Blatter – que na segunda-feira viu o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmar a suspensão de seis anos, na sequência de um pagamento de 1,8 milhões de euros a Michel Platini, ex-presidente da UEFA, também suspenso — contou que Infantino o ignorou depois de um primeiro encontro “muito bom”.
O suíço, que se demitiu da presidência da FIFA em junho de 2015, revelou que recebeu uma visita de Infantino pouco depois do antigo secretário-geral da UEFA ter sido eleito para a liderança do organismo mundial, a 26 de fevereiro, mas que depois foi ignorado pelo compatriota.
“Depois de ter sido eleito, [Infantino] veio a minha casa e tivemos um encontro muito bom. Disse-lhe que tinha uma lista de questões que tinham de ser resolvidas na FIFA. Ele respondeu-me que ia trabalhar sobre isso. Depois, nunca mais atendeu os meus telefonemas”, revelou Blatter.
O ex-presidente da FIFA acrescentou que esta situação “não acontece em outras empresas”.
“Definitivamente, não sou um homem feliz com o que aconteceu na FIFA. Isto não acontece em outras empresas: o novo presidente desrespeitar o antigo presidente”, considerou.
Depois desse encontro em sua casa, Blatter disse que Infantino ignorou todas as tentativas de contacto.
“Mandei-lhe cartas, telefonei-lhe. Nunca me respondeu. Nunca. Há pessoas boas e há pessoas que não são boas”, acusou Blatter.
Em dezembro de 2015, Blatter foi suspenso por oito anos de toda a atividade ligada ao futebol, mas a pena acabou por ser reduzida para seis anos.
Mesmo assim, o ex-presidente da FIFA recorreu para o TAS, que confirmou a suspensão. Blatter acatou, abstendo-se de enviar recurso para o Tribunal Federal de Lausana, como fez Michel Platini, suspenso por quatro anos.
Sobre este recurso do ex-presidente da UEFA, espera-se uma decisão entre fevereiro e março do próximo ano.
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