A posição de base, por norma, é desempenhada por aquele tipo de jogador que acarinha bem a bola e tem uma excelente capacidade de drible, e que pensa, lê e organiza o jogo da sua equipa. No entanto, como nota João Dinis, "há coisas estranhas a acontecer no mundo dos bases da NBA" neste início da temporada regular. Alguns exemplos:
- Embora menos estranho, há lesões importantes (Jamal Murray dos campeões Denver Nuggets vai ficar afastado das lides por tempo indeterminado);
- Kyrie Irving (Dallas Mavericks) e Dennis Schroder (Toronto Raptors) estão com máximos de carreira a nível de assistências (segundo João Dinis, "aparentemente, tornaram-se jogadores que gostam de passar a bola, faceta que não era conhecida");
- Estamos numa época em que Alperen Sengun (Houston Rockets) já fez mais assistências do que LeBron James (LA Lakers);
- Chris Paul (Golden State Warriors) é o quarto jogador com mais assistências totais na NBA, as mesmas de Dennis Schroder e Luka Doncic, apesar de ser suplente e de ter 38 anos;
- E temos Damian Lillard (Milwaukee Bucks), que nunca fez tão poucas assistências por jogo (Ricardo Brito Reis diz que gostava de ver mais pick and roll entre Damian Lillard e Giannis Antetokounmpo e menos bloqueios diretos com Brooke Lopez).
E se bem que ainda se esteja numa fase muito prematura da liga, estes dados levam a que seja feita uma análise e se coloquem algumas questões, como por exemplo se há falta de bases na NBA, ou, por outro lado, há excesso de jogadores nesta posição. Para aprofundar "o que é que se passa", Ricardo Brito Reis tocou na situação de "dois projetos de base": James Harden (que se estreou com uma derrota diante os New York Knicks) e Jeremy Sochan (dos San Antonio Spurs, e figura da foto de ilustração deste artigo).
"Nos Clippers, a bola tem de entrar no Kawhi [Leonard], a bola tem de entrar em Paul George, a bola tem de entrar nas suas zonas onde eles são os mais efetivos. E a partir desse momento, o James Harden está a jogar sem bola e tem de ser uma ameaça no catch and shoot. Não sei se ele está disponível para ser esse tipo de ameaça. E se aceitar esse papel secundário no ataque 5v5 a meio campo, e ser uma ameaça sem bola, então Westbrook passa a ser o quê? A quarta opção?", pergunta Ricardo Brito Reis sobre qual será o verdadeiro papel do "Barbas" (que acredita ser "o sistema" da equipa de LA).
Quanto ao jovem extremo dos Spurs, que tem atuado como base, o comentador do Bola ao Ar lembra que Sochan começou a fazer a posição por necessidade. "Em primeiro lugar, pelo facto de Victor Wembanyama não jogar a poste", explica, recordando que pedir ao Jeremy Sochan para jogar a base "é um sacrifício enorme porque ele está como um peixe fora de água". No entanto, como o treinador veterano Gregg Popovich vê nele um jogador com versatilidade, que tem uma boa visão de jogo e consegue defender várias posições, acaba por empurrá-lo para a posição 1.
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