São Paulo e Flamengo, que despontavam como favoritos pela luta do título até à última jornada, decepcionaram os seus adeptos com duas derrotas seguidas em jogos em que deveriam vencer.
O São Paulo perdeu para Bragantino e Santos (cheio de reservas) e mostrou os mesmos problemas de um passado recente de fracassos, com uma equipa inoperante ofensivamente e desatenta na saída de bola. Relembrou os adeptos que os vexames da derrota para o Mirassol e a eliminação na primeira fase da Libertadores não estão tão longe no passado e que este plantel é curto para suprir ausências de titulares importantes.
Pior, estas duas derrotas, que se seguiram à eliminação na meia-final da Taça do Brasil, resgataram problemas de confiança de alguns jogadores, questões sobre o treinador Fernando Diniz e sobre o desempenho de figuras importantes como Daniel Alves. A equipa que parecia ter encontrado uma forma de jogar e criava belos golos ainda não apareceu em 2021.
O Flamengo, por outro lado, perdeu a oportunidade de ficar a um ponto do rival e segue na fase de viuvez de Jorge Jesus. Ainda não se superou o desempenho de 2019, sentimento natural para o adepto mas problemático dentro do clube. Rogério Ceni, contratado para substituir Domenec Torrent, teve semanas com tempo para treinar e tentar resgatar a intensidade ofensiva desta equipa, mas não se mostra capaz de oferecer repertório. Para piorar, o Mengão continua a errar demasiado e a ceder golos infantis aos rivais. Perdeu para dois clubes, em casa, nitidamente inferiores: Fluminense e Ceará.
Ou seja, as últimas jornadas abriram as portas da briga pelo troféu para rivais que pareciam já distantes, como o Atlético-MG, que não jogou, mas agora, com duas partidas a menos, tem a chance de ficar a apenas um ponto do líder São Paulo. Caberá a Sampaoli mostrar que aproveitou a folga para recuperar jogadores, evoluir fisicamente e resgatar o bom futebol da primeira volta.
O mesmo vale para o Internacional, que havia sentido muito a saída de Coudet, que assumiu o Celta. Parece ter reencontrado a receita das vitórias (já são 5 seguidas) e agora, com 3 pontos em atraso, o título volta a ser possível. Abel Braga, experiente treinador brasileiro, conseguiu dar confiança aos jogadores e vê o crescimento de jovens talentos como a chave para o sucesso desta sequência.
Divididos entre as finais das taças nacionais e continentais (no caso da equipa de Abel Ferreira), Palmeiras e Grémio conseguiram pontos mesmo poupando alguns titulares e, apesar de correrem por fora, estão mais próximos do que nunca dos líderes. Se aproveitarem bem os confrontos diretos e não perderem pontos durante as finais, estarão embalados para o sprint final.
A briga de 2020 (que continua em 2021) faz deste o campeonato mais imprevisível dos últimos anos e será muito emocionante, certamente, até à derradeira jornada. Os seis postulantes ainda se enfrentam 11 vezes nas próximas nove jornadas e estas partidas serão a chave para as suas aspirações ao título.
Para critérios de comparação, se considerarmos vitórias para os clubes que têm jogos em atraso, mesmo contado com o confronto direto entre eles, a classificação mostraria, na atual jornada, o São Paulo com 56 pontos, seguido por Atlético com 55, Inter e Palmeiras com 53 e Flamengo e Grémio com 52.
Entre os 11 confrontos entre eles, o São Paulo é o que tem a maior proporção de jogos em casa (3 de 4). O Grémio tem 3 de 5 jogos em casa, Flamengo 2 de 4, Atlético 1 de 2. O Palmeiras joga 1 partida em casa e 3 fora.
Muita água vai rolar e muita emoção aguarda os adeptos destes clubes nas próximas seis semanas, sendo que o Brasileirão se aproxima do fim. Quem arrisca palpite em quem será o campeão?
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