Segundo a ONG, que tem especialistas em direito criminal em Londres e nos Estados Unidos e que se dedica a ajudar pessoas com problemas com a justiça no Médio Oriente, o cidadão em causa é Ali Issa Ahmad, 26 anos, que vive em Wolverhampton, na Inglaterra, e é adepto do Arsenal.
Ali Issa Ahmad estava de férias no Dubai e foi assistir a um jogo da Taça Asiática entre o Qatar e o Iraque (que terminou 1-0 para os qataris), disputado em 22 de janeiro, usando uma camisola da seleção que viria a ganhar o torneio, sem saber que nos Emirados Árabes Unidos, dos quais o Dubai faz parte, tal ação é considerada uma ofensa punida com um pesada multa e um período prolongado de prisão.
De acordo com a Detained in Dubai, Ahmad pode enfrentar uma pena de prisão de 15 anos e uma multa superior a 120 mil euros, porque, depois de ter sido detido inicialmente devido vestir a camisola de futebol, Ahmad está agora também a ser acusado de fazer falsas alegações sobre as forças de segurança do Dubai, uma vez que o homem diz que foi agredido na prisão.
O jornal britânico The Guardian já contactou a embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Londres e foi informado que "estão a ser investigadas as circunstâncias que levaram à detenção" de Ahmad, enquanto a agência governamental Foreign and Commonwealth Office (FCO) - responsável por proteger os interesses britânicos no estrangeiro - revelou que já ofereceu apoio ao cidadão detido e que se mantém em contacto com as autoridades locais.
No 'site' da FCO pode ler-se o seguinte aviso: "As autoridades dos Emirados Árabes Unidos anunciaram em 7 de junho que mostrar simpatia pelo Qatar nas redes sociais ou através de qualquer outra forma de comunicação é uma ofensa. Os ofensores podem ser detidos e sujeitos ao pagamento de uma multa substancial."
As sanções nos Emirados Árabes Unidos contra quem mostrar ser apoiante do Qatar estão relacionadas com o corte de relações diplomáticas e económicas entre os dois países em maio de 2017. Na altura, os Emirados - bem como a Arábia Saudita, o Bahrein e o Egito - acusaram Doha (a capital do Qatar) de ameaçar a segurança e estabilidade da região através do financiamento e acolhimento de grupos terroristas.
Desde então, este bloco de países meteram em vigor um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo contra o país vizinho, que vai organizar o Campeonato do Mundo de futebol em 2022.
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