“Não é apenas uma situação de racismo, mas mais de civismo. Há tanta gente que gosta de futebol e, depois, alguns de nós, andam no futebol, mas não gostam de futebol. Temos de olhar para isto com sentido de responsabilidade tremendo”, começou por dizer Bruno Lage, em conferência de imprensa.

O técnico do Benfica falava na antevisão do jogo com o Shakhtar Donetsk, da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, mas não se coibiu de pedir a palavra já depois de encerrada a sessão de perguntas dos jornalistas para abordar a situação vivida pelo avançado maliano, no domingo.

“Não é só esta situação do Marega, mas tudo o que se vai vivendo. Parece perfeitamente natural ou normal um estádio cheio chamar nomes a um árbitro ou a um treinador. Nunca se pensou nisso, até ao momento em que o mundo parou para pensar nisto”, observou.

De resto, Bruno Lage foi perentório quanto ao papel que todos os intervenientes no futebol devem ter: “Este caso não é único. Todos nós, os intervenientes no futebol, temos de nos juntar, porque juntos somos mais fortes. Temos um poder muito mais forte do que pensamos, para tentar transmitir bons valores. Este seria um bom momento para refletirmos sobre isto.”

No domingo, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, durante o jogo entre Vitória de Guimarães e FC Porto, o avançado maliano Moussa Marega abandonou o relvado após ser alvo de insultos racistas por parte dos adeptos da equipa local.

Vários jogadores de ambas as equipas tentaram demovê-lo, mas Marega, que já alinhou no Vitória e tinha marcado o segundo golo dos ‘azuis e brancos’, mostrou-se irredutível e abandonou mesmo o relvado aos 71 minutos (sendo substituído por Manafá), depois de o jogo, que o FC Porto venceu por 2-1, ter estado interrompido cerca de cinco minutos.

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