José Peseiro (Nigéria), Rui Vitória (Egito) e Pedro Gonçalves (Angola) vão estrear-se na principal competição africana de seleções, que, nas 33 edições anteriores, tinha juntado simultaneamente um máximo de dois técnicos lusos em 1996, 2002, 2010, 2015 e 2021.
A lusofonia reflete-se ainda nas presenças de Guiné-Bissau, Cabo Verde e Moçambique, que, a par dos ‘palancas negras’, reúnem 16 dos 24 jogadores cedidos por clubes lusos - 12 do escalão maior, sete da II Liga, quatro da Liga 3 e um do Campeonato de Portugal.
Para a quarta fase final seguida na CAN, os guineenses captaram na segunda divisão os médios Nito Gomes (Marítimo) e Sori Mané (Académico de Viseu) e o avançado Famana Quizera, que também joga nos ‘viriatos’ e esteve nas seleções jovens lusas, tal como os seus compatriotas Edgar Ié, Janio Bikel, Moreto Cassamá, Carlos Mané e Dálcio Gomes.
A Guiné-Bissau começa por medir forças no Grupo A com a Costa do Marfim, do defesa central Ousmane Diomande, do Sporting, líder isolado da I Liga, antes do embate com a Guiné Equatorial, do dianteiro Luís Asué, procedente do Sporting de Braga B, da Liga 3.
Os ‘djurtus’ fecham a primeira fase perante a Nigéria, com José Peseiro a incluir o central Chidozie e o ala esquerdino Bruno Onyemaechi, ambos do Boavista, e o lateral canhoto Zaidu, do FC Porto, nas escolhas defensivas da campeã africana em 1980, 1994 e 2013.
O treinador coruchense, de 63 anos, vai somar a terceira experiência em grandes provas internacionais de seleções, após a dupla eliminação na fase de grupos da Taça Asiática, com a Arábia Saudita, em 2011, e da Copa América, ao serviço da Venezuela, em 2021.
Já Rui Vitória, de 53 anos, estreia-se nestas ‘andanças’ com o Egito, que tem um recorde de sete êxitos (1957, 19591, 1986, 1998, 2006, 2008 e 2010), perdeu a última final e vai arrancar a ‘poule’ B face a Moçambique, cuja lista recrutou cinco jogadores em Portugal.
O defesa esquerdo Bruno Langa e o médio Ricardo Guima pertencem ao Desportivo de Chaves, último colocado da I Liga, e o ala direito Geny Catamo ao Sporting, enquanto os dianteiros Witi e Gildo surgem na quinta fase final dos ‘mambas’, e primeira desde 2010, vinculados ao ‘secundário’ Nacional e ao Sporting da Covilhã, da Liga 3, respetivamente.
Egito e Moçambique medem forças com o Gana e Cabo Verde, cuja quarta presença na CAN conta com o médio Cuca, da União de Leiria, e o ponta de lança Gilson Benchimol, do Benfica B, ambos da II Liga e com o guarda-redes Márcio Rosa, do ‘terciário’ Anadia.
Já Dylan Silva, outra alternativa dos ‘tubarões azuis’ para a baliza, sobressai como único futebolista oriundo do Campeonato de Portugal, quarto escalão, acompanhando Bebé na particularidade de já ter representado de modo temporário as seleções jovens nacionais.
Esse contexto recai sobre Estrela, Fredy e Bruno Paz na Angola, que juntou o ‘guardião’ Kadú, do Oliveira do Hospital, da Liga 3, ao central Kialonda Gaspar e ao ‘trinco’ Manuel Keliano, do Estrela da Amadora, e ao médio Beni Mukendi, do Casa Pia, todos da I Liga.
Dos trio de treinadores nacionais no torneio, Pedro Gonçalves, de 47 anos, está há mais tempo em funções, tendo assegurado a nona fase final dos ‘palancas negras’, que já não surgiam na CAN desde 2019 e encaram Argélia, Mauritânia e Burkina Faso no Grupo D.
A ‘poule’ C não integra qualquer futebolista a competir em Portugal, ao contrário da E, na qual o Mali, do defesa central Sikou Niakaté, procedente do primodivisionário Sporting de Braga, se cruza com a África do Sul, país do médio Yaya Sithole, do Tondela, da II Liga.
Os ‘arsenalistas’ ficam igualmente privados do avançado Simon Banza, melhor marcador do campeonato, que vai alinhar no Grupo F pela RD Congo, vencedora em 1968 e 1974.
Os dois primeiros colocados das seis ‘poules’ e os quatro melhores terceiros rumam aos oitavos de final da CAN2023, que se realiza entre sábado e 11 de fevereiro, após ter sido adiada por um ano, face ao clima adverso na Costa do Marfim, e é detida pelo Senegal.
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