“Provavelmente sou um dos mais completos. Não falho um pódio há muito tempo em K1, principalmente nos 1.000 metros. Falhei nos Jogos Olímpicos por aquilo que toda a gente sabe. Mas não me deixei abater, continuo na luta. Há objetivos, sonhos e vou continuar a lutar por eles”, disse.

Em declarações à Lusa, minutos após receber a medalha, o atleta limiano exultou o seu estado de espírito “fantástico”: “É um momento indescritível. Subi ao pódio e estava a tremer das pernas, o que não é muito normal em mim. É um momento único na minha carreira. Tenho de agradecer a todos por este momento, único. Vou guardar para sempre no meu coração”.

O tricampeão europeu completou a prova em 3.27,666 minutos, batendo por 725 milésimos de segundo o alemão Max Rendschmidt, que ficou com a medalha prata, enquanto o checo Josef Doostal foi o terceiro classificado, a 1,511 segundos do português.

Ainda com as bancadas repletas de público a gritar pelo seu nome, Pimenta olhou, finalmente com atenção, para a medalha que há muitos anos procurava para o seu currículo.

“Ter aqui o meu nome gravado na medalha torna as coisas mais emocionantes. Não acredito no feito de hoje. É de todos os portugueses. É fantástico. Um momento único”, reforçou o canoísta de Ponte de Lima, de 29 anos, que em Mundiais tinha conquistado o bronze em 2015 e a prata em 2017 nesta distância.

Entre a semifinal, às 09:51, e a final, às 12:21, o canoísta do Benfica esteve a ser massajado pelo fisioterapeuta Luís Alves – “conhece-nos como poucos, é quem muitas vezes ouve os nossos desabafos” – e a visionar as provas dos rivais.

“Mantive-me motivado. Conversei também com o meu treinador (Hélio Lucas) que me disse que estava bem. Que, independentemente das condições da prova, eu estaria bem. Só tinha de desfrutar do momento. Foi o que fiz”, congratulou-se.

Pimenta deixou um agradecimento especial aos milhares de pessoas que seguiram a prova no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, essencialmente na parte final. “Sem dúvida que estes últimos 200 metros com bancada [onde estão os adeptos] são algo de arrepiar”, assumiu.

No domingo, o canoísta de Ponte de Lima, vai lutar pela ‘dobradinha’, uma vez que às 16:50 vai defender o título mundial de K1 5.000 metros, distância não olímpica.

Depois das férias, começa a pensar nos Mundiais de 2019, em Szeged, na Hungria, que ditarão o apuramento para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, pensando “sempre” e apenas num passo de cada vez rumo à medalha olímpica.