O adiamento foi benéfico para a preparação ou foi mais um momento de ansiedade?
Penso que o adiantamento foi benéfico porque me deu mais um ano para trabalhar e evoluir.
Beneficiou com o adiamento ou está nos Jogos devido a esse facto?
Apesar de estar confiante para a qualificação no ano de 2020, em 2021 vi uma oportunidade para mais um ano de trabalho, que foi muito importante para o processo.
Há quanto tempo está a preparar os JO?
Durante todo o ciclo olímpico este sempre foi o objetivo, ou seja, nos últimos 5 anos. No entanto, os JO são o culminar do trabalho que eu e o meu treinador temos vindo a desenvolver desde que tenho 15 anos.
Ao longo deste ciclo Olímpico, quando é que pensou: este é momento do “tudo ou nada”?
Diria que esse momento foi durante a prova de qualificação europeia para os Jogos Olímpicos que se realizou em Vilamoura. Esse campeonato seria a última chance de qualificar o país.
Qual o pior momento na preparação?
O pior momento é, e sempre foi, quando não cumprimos os nossos próprios objetivos. Nesta campanha isso aconteceu, por exemplo, no Mundial de 2019 no Japão (era prova de qualificação). No entanto, estes percalços apenas levaram a que trabalhasse com mais afinco para atingir o grande objetivo.
Que preparação específica foi feita? (Por exemplo, vai alterar os ciclos de sono antecipadamente face à diferença horária?)
Foi feita uma preparação específica em conjunto com o meu preparador físico de forma a adaptar o meu corpo para esforços em condições climatéricas diferentes. Deste modo, tentei habituar-me ao clima que poderíamos encontrar no Japão, que se caracteriza por temperaturas altas e acima de tudo pela elevada humidade.
Qual a maior dificuldade que espera encontrar em Tóquio?
O meu maior obstáculo vão ser as minhas adversárias. A vela é um desporto que, apesar de ser condicionado pelas condições climatéricas, a nossa prestação é sempre avaliada em relação às adversárias, e, nesta competição, só cá estão presentes as melhores.
Qual a coisa mais inusitada que leva na bagagem para o Japão?
Trouxe comigo um colete de arrefecimento que nos ajuda a manter a temperatura corporal durante o dia.
Quais são os objetivos em termos de resultados/marcas?
O objetivo é fazer o meu melhor, e aprender o máximo, para quem sabe, nuns próximos jogos olímpicos apontar a voos mais altos. Mas a exigência e compromisso é máxima como sempre.
O que é um bom resultado olímpico para Portugal?
Para Portugal, um bom resultado é manter o que tem vindo a ser feito nos últimos anos e sempre tentar fazer melhor.
Qual a primeira memória que tem dos Jogos Olímpicos?
A vela em Portugal é um mundo pequeno e em que todos se conhecem, pelo que a minha primeira memória relacionada com os Jogos Olímpicos, e o facto de desde muito nova ter tido a oportunidade de privar com alguns dos melhores velejadores portugueses de sempre, é ver todo o seu caminho e o seu sucesso nesta que é a competição mais importante para qualquer desportista.
Quem é o melhor atleta olímpico de sempre na sua modalidade?
Felizmente Portugal teve, nos últimos anos, atletas excelentes na vela e verdadeiras referências neste desporto, como é o caso do João Rodrigues, recordista de presenças olímpicas em Portugal, Gustavo Lima, Hugo Rocha e Nuno Barreto, medalhas de bronze em 1996, entre outros… Internacionalmente Robert Scheidt, ganhou 5 medalhas e um 4º lugar nas suas 6 participações.
Se ganhar uma medalha, a quem a vai dedicar?
Quer ganhe uma medalha ou não, irei sempre dedicar a minha prestação a quem sempre me apoiou e acreditou em mim.
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Memórias, objetivos e até uma pandemia. Rumo aos Jogos Olímpicos, que se realizam de 23 de julho a 8 de agosto em Tóquio, no Japão, desafiámos alguns dos nossos atletas a responder a um Questionário Olímpico.
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