“Vamos lutar até final do campeonato pelo máximo número de pontos possível. Depois veremos o que isso significa. Não desprezando as hipóteses do Famalicão em ganhar a Taça de Portugal, acho que as equipas acreditam que o sexto lugar poderá dar acesso à Europa. Esse será o ponto de excelência, sabendo que não é o objetivo principal”, disse o treinador, em conferência de imprensa de antevisão à visita ao Desportivo de Chaves.

Os lisboetas encontram-se a meio da tabela, num pelotão que ainda pode ambicionar a Europa na próxima época, caso o sexto lugar dê acesso, sendo que apenas cinco pontos separam o sexto do 11.º colocado, intervalo de posições onde estão Casa Pia e Chaves.

“A ambição que sempre nos caracterizou obriga-nos a olhar para esse objetivo do sexto lugar. O objetivo a longo prazo é disputar os pontos em cada uma das jornadas que nos falta, mas o jogo mais importante é o de amanhã [sábado]. Só esse nos pode continuar a alimentar esta ambição que está presente no grupo de trabalho. Temos a consciência de que, qualquer que seja o cenário, o trabalho do Casa Pia é muito meritório”, frisou.

Ao salientar o “excelente trabalho que a equipa e a estrutura fizeram até agora”, Filipe Martins afirmou que o Casa Pia vai “encarar com muito otimismo” as cinco rondas que faltam disputar na I Liga, a começar por um adversário que vem de uma igualdade com o último colocado, o Santa Clara, e de uma vitória na receção ao líder Benfica, por 1-0.

“É um jogo em que temos de estar muito ligados para levar os três pontos, contra uma equipa que tem valor. Tem momentos bons e maus, esse momento contra o Benfica foi muito bom, este agora foi menos feliz, mas não eram melhores contra o Benfica, como não são piores neste momento. Vamos tentar que os pequenos pormenores revertam a nosso favor”, realçou, também com o intuito de reverter o desaire da primeira volta.

Os ‘gansos’ não vencem há quatro jornadas — um empate e três derrotas -, tendo mais dificuldades, na segunda volta, em pontuar fora de casa, um pouco ao contrário do que sucedia na metade inicial do campeonato, “sem razão aparente” encontrada para isso.

“Na primeira volta, ganhámos muitos jogos fora e, em casa, tivemos um maior número de desaires. Na segunda volta, sem razão aparente, inverteu-se um bocadinho. Em casa, só perdemos com Sporting e Sporting de Braga. Queremos voltar às vitórias em casa ou fora, este grupo merece e esforça-se. Não estamos a materializar em pontos, mas esta equipa tem ainda muito ‘sumo’ para dar e vamos tentar ‘espremer esse sumo'”, atirou.

Garantida a manutenção e ainda a ‘espreitar’ um apuramento europeu, Filipe Martins pretende, no próximo ano, continuar a “crescer com passos sustentados” e a tentar ter uma equipa “mais competente”, mas sem a exigência da Europa desde o início do ano.

“Para o ano, as pessoas já vão olhar para o Casa Pia de maneira diferente. Temos essa exigência de fazer sempre melhor. Queremos crescer como clube e projeto, estamos em fase de transformação, principalmente a nível logístico. Vamos procurar ter uma equipa com mais opções e mais forte do que neste ano. Acho que ninguém, dentro da estrutura, me vai exigir a Europa na próxima época. Vão exigir-me que amanhã sejamos melhores do que hoje, mas não acredito que teremos o Casa Pia a assumir, para o ano, uma candidatura europeia desde o primeiro dia”, ressalvou ainda o técnico, de 44 anos.

O Casa Pia, nono classificado, com 39 pontos, visita no sábado o Desportivo de Chaves, no 11.º posto, com 37, em encontro da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, a partir das 18:00, que conta com arbitragem de Carlos Macedo, da associação de Braga.