Com a participação na partida de sexta-feira, frente ao Portimonense, Tarantini passou a somar 301 partidas no principal escalão do futebol nacional, as mesmas do lateral direito uruguaio, que está atualmente sem clube, mas ainda um pouco afastado do guardião português, atualmente ao serviço do Wolverhampton, que lidera o ‘top-3’, com 327 jogos na I Liga.
"Para esta época já não vai ser possível superar os números do Rui [Patrício], mas quem sabe se, na próxima temporada, o consiga. Se ele não regressar a Portugal e elevar a fasquia [risos], pode ser um objetivo superá-lo", confessou o médio.
Independentemente dos números, Tarantini afirmou ser "uma honra" estar a partilhar patamares com Maxi Pereira e Rui Patrício "jogadores com uma carreira bonita, e nomes sonantes e de referência no futebol português".
O capitão do Rio Ave, clube que representou nas últimas 12 temporadas, e onde foi homenageado na última partida, em casa, frente ao Gil Vicente, quando completou 300 jogos na I Liga, reconheceu que, aos 36 anos, a carreira "não será muito mais longa", mas ainda não definiu prazos para 'pendurar as chuteiras'.
"Estou numa fase da carreira em que passa muito pelo dia a dia. É bom sentir a confiança do grupo, e tento retribuir, mantendo-me bem fisicamente e com vontade anímica, percebendo os sinais que o corpo vai dando", disse o capitão do emblema vila-condense.
Tarantini considerou que a longevidade e regularidade na carreira foram potenciadas por um percurso "com poucas lesões", mas também por ter marcado presença "numa das melhores fases da história do Rio Ave, com consecutivas presenças na I Liga".
"Não houve outros desafios, porque, na verdade, nunca tive uma outra proposta que desportivamente e financeiramente me tirassem de Vila do Conde. Ainda me sinto útil para continuar a ajudar o clube", disse.
Nos mais de 300 jogos na I Liga, Tarantini guarda com especial carinho, uma partida como FC Porto, nos Arcos, onde a equipa ganhou com dois golos seus, e também um duelo com o União da Madeira, no final do campeonato, que garantiu uma qualificação para a Liga Europa.
"São momentos que se guarda para sempre, tal como os rostos dos companheiros de equipa, treinadores, dirigentes e staff com quem partilhamos as alegrias, assim como os meus pais e esposa que, sobretudo nas derrotas, foram quem mais me ajudaram a levantar a cabeça", desabafou o jogador.
Também fora dos relvados, Tarantini tem sido um exemplo de persistência, pela carreira académica que foi completando ao mesmo tempo do percurso profissional como jogador.
"Sentia que era diferente, fora do contexto, o que nem sempre me deixava confortável. Creio que consegui mostrar que é possível fazer uma carreira ao mais alto nível e estudar. Só tenho pena de não te conseguido chegar um clube ainda maior, ou talvez à seleção, para vincar essa ideia", desabafou Tarantini.
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