Ao intervir num painel da conferência ‘Talks Santander/Record’, que integrava, ainda, os presidentes do Comité Paralímpico de Portugal, da Comissão de Atletas Olímpicos e do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), José Manuel Constantino lembrou que essa retoma está, afinal, sujeita a critérios a definir pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e que ainda “não são conhecidos até ao dia de hoje”.
“O que significa que o anúncio terá sido precipitado. Seria preferível que fosse feito a partir de um momento em que os pressupostos estavam criados”, justificou o presidente do COP.
Constantino apontou, ainda, que as regras a estabelecer pela DGS para a retoma das várias modalidades “têm de levar em conta a natureza económica dessa própria modalidade”, uma vez que se as regras criadas forem “de tal modo severas que limitem a possibilidade de retoma”, então fica numa “situação semelhante” à que existia antes do anúncio de retoma feito pelo secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo.
“Não há recursos financeiros disponíveis para serem as organizações a suportar a realização de testes a todos os atletas, por exemplo. Portanto, é preciso encontrar uma solução que, garantindo as condições de segurança para uma retoma desportiva, não exija das organizações recursos e meios que elas não têm, sob pena de aquilo que se anuncia não ter efetividade”, analisou Constantino.
Após a declaração de pandemia, as competições das várias modalidades desportivas em Portugal foram suspensas ou até canceladas de forma a evitar a propagação da doença.
O plano de desconfinamento anunciado pelo governo em maio permitiu o regresso da I Liga portuguesa de futebol, embora sem a presença de público nas bancadas, mas deixou de fora todas as modalidades de pavilhão, além das coletivas disputadas ao ar livre.
Portugal contabiliza pelo menos 1.792 mortos associados à covid-19 em 55.211 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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