“Temos um problema nos nossos estatutos, porque, por um lado o mandato é de quatro anos, mas, por outro, as eleições têm de se realizar depois dos Jogos Olímpicos. Temos aqui uma contradição, para cumprirmos o mandato de quatro anos não podemos realizar o ato eleitoral após os Jogos Olímpicos”, explicou hoje José Manuel Constantino, presidente do COP, em declarações à Lusa.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, que deveriam realizar-se entre 24 de julho a 09 de agosto deste ano, foram adiados para o período entre 23 de julho a 08 de agosto de 2021, devido à pandemia de covid-19.
“O Comité Olímpico Internacional (COI) emitiu uma orientação no sentido de flexibilizar esta questão e a nós parece-nos pouco prudente suspender a nossa ação governativa, numa fase em que estaríamos a quatro meses dos Jogos. Em bom rigor, o exercício de uma nova equipa iniciar-se-ia em março e passados três ou quatro meses haveria a realização dos Jogos”, sublinhou o presidente do COP.
José Manuel Constantino, que foi eleito para o cargo pela primeira vez em março de 2013, considerou “prudente” propor este prolongamento do seu mandato, atendendo “aos compromissos, às responsabilidades assumidas” tendo em vista os Jogos.
“A proposta que vamos fazer à assembleia plenária é que mantenhamos o nosso mandato até à realização dos Jogos e, depois, façamos as eleições”, frisou o dirigente olímpico, acrescentando que, para isso, terá de ser feita “uma prorrogação, que só a assembleia plenária pode fazer, com 75% dos votos presentes, porque é uma alteração ao regime estatutário”.
A adequação dos mandatos dos dirigentes das federações nacionais ao ciclo olímpico, tendo em conta o adiamento de Tóquio2020, já tinha sido aprovada pelo Governo, em 23 de abril, numa regulamentação que exclui o organismo olímpico, que está dependente dos estatutos do COP e da Carta Olímpica.
Outro dos 10 pontos da ordem de trabalhos da assembleia plenária do COP de dia 25 vai ser ainda a apresentação, discussão e votação do Relatório e Contas de 2019 e o Plano de Atividades e o Orçamento retificativo de 2020.
“A discussão sobre o Relatório e Contas do ano passado já estava prevista para março e não se realizou e aproveitamos para apresentar o Orçamento retificativo, porque, com o adiamento dos Jogos e a alteração do quadro económico-financeiro, quer do ponto de vista das receitas, quer do ponto de vista das despesas, deixou de fazer sentido o documento que tínhamos aprovado para 2020″, concluiu Constantino.
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