António José Silva é da opinião de que, “nestas condições”, não resta ao Comité Olímpico Internacional (COI) outra posição do que adiar a prova, prevista decorrer entre 24 de julho e 09 de agosto, na capital japonesa.
“Ou o COI se verga às questões financeiras e mantém a data, ou leva em conta as questões desportivas e adia, ou ainda joga com as duas hipóteses e adia os Jogos até ter condições para os fazer”, disse à agência Lusa António José Silva.
Ainda de acordo com o dirigente o não adiamento “irá condicionar a equidade na preparação dos atletas, pois há uns que treinam de forma clandestina e outros nem treinam de todo”.
O presidente da FPN defende que “o adiamento será a decisão mais certa a tomar”, mas na sua perspetiva a remarcação das datas para a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio “será por meses, até ao final de 2020, e nunca por anos”.
“Não será de todo fácil encontrar uma nova janela de datas que suporte o adiamento, sem sobreposição das provas nacionais e internacionais das 33 modalidades que competem nos Jogos. É até muito difícil”, justificou o presidente da FPN.
Esse, ainda segundo o dirigente, será o motivo pelo qual o COI, que se encontra a auscultar os vários comités nacionais e partes envolvidas na organização da prova, ainda não anunciou a decisão no que toca à manutenção ou adiamento de Tóquio2020.
“Está à procura de uma nova janela, em coordenação com as várias federações, para organizar os Jogos”, sustentou António José Silva, recordando que há outros fatores a ter em conta, para além dos desportivos, como os financeiros e os relacionados com os patrocinadores.
Na quinta-feira, em entrevista à agência Lusa, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, defendeu que os Jogos Olímpicos fossem adiados para 2021.
“Não tenho elementos que me permitam avaliar se a posição do COI é sustentável ou não. Está a ser assessorado pela Organização Mundial de Saúde e parto do princípio que quem esta a monitorizar informa o COI do quadro à data previsível do início dos Jogos”, explicou Constantino.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 14 mortes e 1.600 infeções confirmadas. O país está em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
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