É principalmente na competição de motos que Portugal tem conseguido brilhar, mas esta edição não está a começar da melhor maneira, contando-se já a ausência de Mário Patrão (KTM), que foi operado de urgência a uma apendicite, enquanto Paulo Gonçalves (Honda) mantém-se em dúvida, sendo esperada ainda hoje uma decisão final da equipa Honda.
Enquanto ainda não está confirmada a presença de Gonçalves, o que elevará para 11 a representação lusa, a categoria de motos contará para já com Joaquim Rodrigues (Hero) e Fausto Mota (KTM), ambos com a ambição de chegarem ao final e, se possível, nos primeiros postos.
Nos carros, realce para o experiente Carlos Sousa (Renault), para o ‘estreante’ André Villas-Boas (Toyota), que vai contar com o piloto de motos Rúben Faria como seu navegador, e para Filipe Palmeiro, que será o navegador do chileno Boris Garafulic (Mini).
Pedro Mello Breyner (Yamaha), acompanhado pelo também português Pedro Velosa, estreia a participação lusa nos ‘buggys’, sendo que 13 pilotos vão procurar se evidenciar na mais recente classificação do Dakar, a classificação SSV.
Além dos que vão competir diretamente, seja como pilotos seja como navegadores, a presença portuguesa far-se-á sentir também com Armando Loureiro, mecânico do francês Michel Boucou (DAF), e com Marco Moreiras, mecânico na equipa do alemão Matthias Behringer (MAN), ambos na categoria de camiões.
O ‘senhor Dakar’, o francês Stéphane Peterhansel, parte num carro Peugeot, marca que anunciou que no final desta edição abandona a prova, partindo o gaulês, campeão em título, em busca da sua 14.ª conquista, entre motos e automóveis.
O catari Nasser Al-Attiyah (Toyota), os espanhóis Nani Roma (Mini) e Carlos Sainz (Peugeot), antigos campeões, e os também franceses Sebástien Loeb (Peugeot), nove vezes campeão do mundo de ralis, e Cyril Després, cinco vezes campeão do Dakar nas motos, são os principais candidatos na luta pela sucessão a Peterhansel.
Loeb já disse que esta será “a última oportunidade para vencer”, enquanto Sainz mostrou o desejo de “vencer na última corrida com a Peugeot”, pelo que a vida de Peterhansel, campeão seis vezes em motos e sete nos carros, as duas últimas em 2016 e 2017, não será fácil.
Em duas rodas, o britânico Sam Sunderland (KTM), vencedor em 2017, volta a ser um nome a ter em conta, além do austríaco Matthias Walkner (KTM) e de Paulo Gonçalves (Honda), ainda que o luso chegue ao Peru afetado pela lesão no ombro.
O espanhol Joan Barreda (Honda) é outro dos rivais dos pilotos da KTM, ao lado do francês Adrien Van Beveren (Yamaha) e do chileno Pablo Quintanilla (Husqvarna), outros nomes apontados à disputa pelos primeiros lugares.
A prova arranca no Peru, com cinco dos sete dias nas dunas reservadas para as passagens por Lima, Pisco, San Juan de Marcona e Arequipa, com as dificuldades a começarem logo nos primeiros dias antes da entrada na Bolívia, que antecede as seis tiradas finais em solo argentino.
Na Bolívia, o principal adversário será a altitude, com cinco dias de prova a mais de 3.000 metros acima do nível do mar. A jornada de descanso, em 12 de janeiro, será também em altura, já que a paragem vai ser cumprida em La Paz, a capital mais alta do mundo, com 3.600 metros de altitude.
O percurso foi desenhado para ser "desafiante", apresentar "condições climatéricas difíceis" e dificuldades acrescidas aos pilotos, segundo explicou o diretor da prova, o francês Etienne Lavigne, que pretende assim comemorar da melhor mo 40.º aniversário da corrida e o 10.º desde a mudança para a América do Sul.
Ao todo, motos e ‘quads’ atravessam um total de 8.276 quilómetros, 4.234 deles cronometrados, com os carros a atravessarem 4.329 de especiais e 8.793 no total, pouco mais que os camiões (8.710).
A 40.ª edição do Rali Dakar em todo-o-terreno arranca no sábado, com partida em Lima, e termina em 20 de janeiro, em Córdoba, na Argentina.
Percurso do Dakar2018:
6 jan: 1.ª etapa, Lima – Pisco, 272 km (especial cronometrada de 31 km).
7 jan: 2.ª etapa, Pisco - Pisco, 278 km (especial cronometrada de 267 km).
8 jan: 3.ª etapa, Pisco – San Juan de Marcona, 501 km (especial cronometrada de 295 km)
9 jan: 4.ª etapa, San Juan de Marcona - San Juan de Marcona, 444 km (especial cronometrada de 330 km).
10 jan: 5.ª etapa, San Juan de Marcona – Arequipa, 932 km (especial cronometrada de 267 km).
11 jan: 6.ª etapa, Arequipa - La Paz, 758 km (especial cronometrada de 313 km).
12 jan: Dia de descanso.
13 jan: 7.ª etapa, La Paz – Uyuni, 726 km (especial cronometrada de 425 km).
14 jan: 8.ª etapa, Uyuni – Tupiza, 584 km (especial cronometrada de 498 km).
15 jan: 9.ª etapa, Tupiza – Salta, 754 km (especial cronometrada de 242 km).
16 jan: 10.ª etapa, Salta - Belén, 795 km (especial cronometrada de 372 km).
17 jan: 11.ª etapa, Belén – Fiambalá/Chilecito, 746 km (especial cronometrada de 280 km).
18 jan: 12.ª etapa, Fiambalá/Chilecito – San Juan, 791 km (especial cronometrada de 522 km).
19 jan: 13.ª etapa, San Juan – Córdoba, 927 km (especial cronometrada de 368 km).
20 jan: 14.ª etapa, Córdoba - Córdoba, 284 km (especial cronometrada de 119 km).
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