“Houve uma ameaça no bairro dos meus pais, que apareceu por todo o lado, e, simultaneamente, houve outra ameaça na imobiliária da minha irmã que não veio à tona, porque a minha irmã e o meu cunhado ficaram assustados e não denunciaram. Era uma caixa com uma cabeça de porco e uma bala na testa, e um bilhete que dizia que se eu voltasse para o Central a próxima cabeça seria a da minha filha Pía”, afirmou o extremo, de 36 anos, em entrevista.
Di María, que regressou na última temporada ao Benfica, clube em que lançou a carreira na Europa (entre 2007 e 2010), e se prepara para continuar nos ‘encarnados’, falou ao Canal 3, da televisão argentina, pela primeira vez do assunto que o impediu de voltar ao Rosario Central, já neste verão, depois de ter terminado o vínculo com o clube lisboeta.
“Só de ver o nome da minha filha num bilhete e o que eles mandaram numa caixa já estava além de qualquer coisa que eu pudesse fazer. Foram meses horríveis. Só pensávamos e chorávamos todas as noites porque não conseguíamos realizar o nosso sonho”, admitiu.
Segundo Di María, toda a família estava entusiasmada com o regresso a Rosário, mas o receio das ameaças “superavam tudo”.
Di María exigiu respeito pela sua decisão, que foi muito criticada por vários adeptos.
“Quem não entende é porque não se coloca nem por um segundo no meu lugar, porque é fácil reclamar e abusar nas redes sociais sem se colocar no lugar do outro. [O regresso ao clube argentino] foi e é o meu sonho”, admitiu.
O campeão mundial e bicampeão da Copa América, que passou ainda na Europa por Real Madrid, Paris Saint-Germain, Manchester United e Juventus, vincou que não queria viver “sob custódia” das autoridades policiais para garantir a sua segurança, e a da sua família, caso regressasse à Argentina, mas deixou em aberto a possibilidade de ‘pendurar as botas’ no Rosario Central.
“Vou continuar a tentar enquanto as portas permanecerem abertas. Eu disse e direi mil vezes mais: quero me aposentar no Central, é o meu sonho e o da minha família voltar. E conversei tudo com Gonzalo [Belloso, presidente do clube] para voltar. Mas as ameaças ultrapassaram todos os limites”, destacou.
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