Trata-se de um interregno, depois de Pedro Proença ter estado, em 2014, no Brasil, e Olegário Benquerença ter representado a arbitragem nacional na África do Sul, em 2010, quebrando o jejum de uma edição, uma vez que ao Mundial de 2006, na Alemanha, também não foi qualquer árbitro português.
Antes disso, a lista de juízes portugueses com presença em mundiais era constituída por Vítor Pereira (1998 e 2002), Carlos Valente (1986 e 1990), António Garrido (1978 e 1982), Saldanha Ribeiro (1970), Joaquim Campos (1958 e 1966) e Vieira da Costa (1954).
Para esta Mundial da Rússia, apesar de não haver árbitros de campo portugueses nomeados, a FIFA ‘convocou’ dois vídeoárbitros lusos, o portuense Artur Soares Dias e o lisboeta Tiago Martins, que integram um lote de 13 juízes que terão essa função.
Mas, a lusofonia estará também representada no relvado, com o brasileiro Sandro Ricci e os seus assistentes Emerson De Carvalho e Marcelo Van Gasse, além do ‘juiz de linha’ angolano Jerson Emiliano Dos Santos.
Também sem representantes de árbitros principais neste torneio russo está a Inglaterra, algo que não se verificava há 80 anos, desde o Mundial de 1938.
Em representação das seis confederações de futebol, foram nomeados 36 juízes principais e 63 assistentes, envolvendo um universo de 46 países.
Para a elaboração dessa lista final, a FIFA ponderou vários critérios, entre os quais a personalidade e a capacidade individual em contexto de arbitragem, aliados ao nível de compreensão e leitura do jogo, bem como das variações táticas utilizados pelas seleções presentes no torneio.
Neste Mundial russo, a Europa reforça o estatuto de maior confederação fornecedora de árbitros, disponibilizando uma dezena, dos quais, deverá sair, provavelmente, o nomeado para a final, a realizar-se no Estádio Lujniki, em Moscovo.
O alemão Felix Brych, o turco Cüneyt Çakir, o holandês Bjorn Kuipers e o sérvio Milorad Mazic são os europeus repetentes de 2014, num grupo constituído ainda por Sergey Karasev (Rússia), Szymon Marciniak (Polónia), Mateu Lahoz (Espanha), Gianluca Rocchi (Itália), Damir Skomina (Eslovénia) e Clement Turpin (França).
Com exceção da Oceânia que apenas disponibiliza dois árbitros, as restantes confederações contribuem, cada qual, com seis juízes de campo.
Deste universo, apenas sete repetem a presença no maior torneio de futebol do mundo: Néstor Pitana (Argentina), Sandro Ricci (Brasil), Wilmar Roldán (Colômbia), Joel Aguilar (El Salvador), Bakary Gassama (Gâmbia), Ravshan Irmatov (Usbequistão) e Nawaf Shukralla (Bahrain).
Todos os árbitros e assistentes selecionados estiveram envolvidos num conjunto de seminários preparatórios a cargo do Comité de Arbitragem da FIFA, realizados em abril, enfatizando aspetos relacionados com o fair-play, proteção dos jogadores e da imagem do futebol, consistência e uniformidade de critérios.
Fora da lista dos eleitos para este Mundial da Rússia ficaram, em termos de arbitragem, grandes referências do setor, como sueco Jonas Eriksson, o italiano Nicola Rizzoli, o espanhol Carlos Velasco Carballo ou inglês Howard Webb, que tal com Pedro Proença, excederam o limite de idade para apitar ao mais alto nível.
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