Em entrevista à agência Lusa num dos campos de treino do Centro de Alto Rendimento (CAR) do Jamor, o 110.º classificado do ‘ranking’ ATP assume que foi “estranho” encarar uma paragem tão prolongada.
“Foi um pouco, sobretudo ao início. Como jogadores, estamos habituados a andar sempre de um lado para o outro e agora fomos obrigados a ficar em casa, praticamente sem poder sair, sem treinar. Foi duro, mas felizmente agora já podemos treinar e quero é voltar a ganhar forma para que, quando o circuito reinicie, esteja o melhor possível”, afirma o tenista que há uma semana trabalha no CAR.
Durante dois meses, Pedro Sousa seguiu as indicações dos técnicos e cumpriu um plano de treino em casa e num campo perto de casa, mas admite que “não é a mesma coisa” que pisar o pó de tijolo do Jamor.
O regresso aconteceu na semana passada e o atleta de 31 anos confidencia que fisicamente está a ser desafiante voltar a adquirir ritmo.
“Está a custar um bocadinho voltar a treinar. Fisicamente, não estou tão bem como antes, mas é como se fosse o regresso de uma lesão ou das férias de final do ano. Temos bastante tempo para nos preparar e, por isso, podemos ir com calma”, explica o jogador.
Antes da chegada da pandemia de covid-19, Pedro Sousa conquistou um dos melhores resultados da sua carreira ao atingir a final de um torneio ATP. Em Buenos Aires, na Argentina, o luso acabou derrotado pelo norueguês Casper Ruud, mas conseguiu um ‘salto’ de 38 lugares no ‘ranking’ mundial. Uma fase muito positiva que o tenista lamenta que agora tenha sido abruptamente interrompida.
“É verdade que estava numa boa fase, tinha feito um grande resultado, estava com confiança, sentia-me bem e a jogar bem. Infelizmente, o circuito parou, mas não vale a pena estar a pensar muito nisso, porque a saúde de todos é mais importante do que o ténis neste momento”, salienta Pedro Sousa, que espera em breve voltar a ter momentos como o vivido na Argentina.
A pandemia de covid-19 cancelou todos os torneios em que o tenista ia participar e Pedro assume que esta era mesmo a sua fase preferida do ano.
“É a minha fase favorita. Temos o Estoril Open, o torneio do CTB, em Braga, e para terminar Roland Garros. É uma fase que adoro jogar”, revela triste, mas esperançado de que em breve seja possível regressar aos ‘courts’.
Quanto à ideia da Federação Portuguesa de Ténis de criar um circuito nacional para que jogadores portugueses e internacionais se possam preparar para a retoma da competição internacional, Pedro Sousa dá o seu aval à iniciativa.
“Acho excelente, porque afinal de contas vamos estar bastante tempo sem competir e antes de voltar ao circuito termos esses jogos é sempre bom, porque treinar, às vezes, não chega e competir é diferente. Se esses torneios se realizarem, vai ser muito importante para nós, que competimos lá fora. Vai-nos possibilitar estarmos mais rodados e termos mais rotinas de competição”, conclui.
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