O Euro 2020 deu hoje em Londres o primeiro de treze pontapés de saída. Numa cerimónia liderada por Aleksander Ceferin, a UEFA deu a conhecer o logótipo da 16ª edição do EURO e o primeiro símbolo de uma cidade, a de Londres a anfitriã das meias-finais e da final.
As pontes são o símbolo de um Europeu único pela sua organização que, ao contrário das edições anteriores em que era organizada por um ou dois países, vai passar por treze cidades e treze países. De Baku, no Azerbaijão, a Copenhaga, na Dinamarca, as 'pontes' do futebol atravessarão a Europa como símbolo de união de culturas, prometendo levar o futebol até aos países que não teriam capacidade financeira de organizar um Europeu de futebol e fazendo de cada fã do desporto rei, um membro do United Citizen of Football (Cidadão Unidos do Futebol).
Na cerimónia, em que os lemas da integração e ligação entre culturas ficou bem vincado, e que deu a conhecer os jogos que se realizarão em Londres, foi também apresentada a primeira de treze pontes - cada uma simbolizará uma cidade - a Tower Bridge, símbolo mítico da capital do Reino Unido.
Ceferin, no seu primeiro discurso oficial enquanto presidente, disse estar “maravilhado por estar em Inglaterra, o país que o futebol ao resto do mundo”, acrescentando que Wembley é a "escolha perfeita" para acolher a final.
Ao lado do novo presidente da UEFA estavam o mayor de Londres, Sadiq Khan, o selecionador inglês, Sam Allardyce, e o antigo guarda-redes da seleção inglesa David James. O histórico guardião inglês descreveu como "mágica" o facto de Inglaterra receber o jogo da final e de existir a possibilidade de o seu país vir a disputar esse mesmo encontro.
O sonho de Platini
Quando ainda era presidente do organismo que dita as regras do futebol europeu, Michel Platini tinha o sonho de levar o Europeu até aos adeptos. "Até aqui eram eles que iam ao Europeu, agora nós vamos até eles”, disse na altura. Na cadeira maior da FIFA, Blatter aplaudia. "Um excelente projeto", felicitava o ex-presidente do órgão máximo do futebol mundial.
Agora o projeto ganha forma. Não pelas mãos do francês, mas sim por Ceferin, o seu sucessor. Em 2020 o Europeu vai decorrer em treze cidades e trezes países. As 'pontes' do futebol vão ligar as cidades de Londres (Inglaterra), Munique (Alemanha), Roma (Itália), Baku (Azerbaijão), São Petersburgo (Rússia), Bucareste (Roménia), Amesterdão (Holanda), Dublin (Irlanda), Bilbau (Espanha), Budapeste (Hungria), Bruxelas (Bélgica), Glasgow (Escócia) e Copenhaga (Dinamarca).
A grande mudança acaba por acontecer antes da competição, na fase de qualificação. Ao contrário do que tem vindo a ser habitual, os anfitriões não vão ter entrada direta na fase final do campeonato, estando sujeitos a disputar fase de apuramento com as outras federações.
Depois há outra grande novidade. O modelo de 24 participantes, testado no Europeu de 2016 em França, e de onde Portugal saiu vencedor, será para manter. É notória a vontade da UEFA em dar mais possibilidades às seleções que, à partida, teriam menos chances de conseguir um lugar numa fase final, de lá chegarem. Desta forma a qualificação vai-se basear em 10 grupos, sendo que os dois primeiros de cada um terão lugar garantido na fase final da competição. As outras quatro vagas serão disputadas dentro de uma nova competição da UEFA, a Nations League, uma competição que substitui os amigáveis internacionais, distribuindo as federações por várias ligas, de acordo com o 'rankin' da UEFA. Uma forma de dar competitividade aos jogos ditos 'a feijões'.
Em março de 2020 cada uma das Ligas da UEFA Nations League receberá quatro vagas no play-off de qualificação - uma vez que as 16 seleções que irão entrar nesse "play-off", serão agrupadas quatro a quatro. As ditas quatro vagas serão atribuídas aos vencedores dos grupos da respetiva Liga. Caso algum dos vencedores dos grupos tiver garantido o apuramento através da Qualificação Europeia, então a posição no "play-off" será atribuída à seleção com melhor ranking na Liga em questão, levando em linha de conta o ranking global dentro dessa Liga e, depois, se necessário, para a Liga seguinte por ordem decrescente, tendo em conta o ranking global dessa Liga. As quatro seleções de cada Liga irão ainda disputar duas meias-finais a uma só mão e uma final também a uma só mão para determinar o vencedor dos quatro grupos do "play-off".
Portugal não vai ter uma 'ponte' neste mapa do futebol
Portugal não vai ser ponto de paragem neste Europeu, uma vez que nem sequer apresentou uma candidatura formal à UEFA para ser uma das cidades anfitriãs. O 'destino' desta decisão estavam nas mãos de António Costa, à época presidente da Câmara de Lisboa, e de Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, uma vez que apenas os estádios de Alvalade, Luz e Dragão têm premissas que lhes permitem receber os jogos da competição.
O título, o primeiro da história da seleção A, não será defendido assim em terras lusitanas.
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